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1968: Ilusão ou revolução, avanço ou fracasso? [1]
O ano 1968 foi rico em acontecimentos transformadores. O desejo de emancipação e de um mais fraterno e até poético outro modo de viver, com liberdade e criatividade, imaginação e fantasia (“sê realista: pede o impossível”), em atmosfera de festa juvenil, apesar das barricadas e de episódios de violê -
A inteligente moderação
Às vezes, as notícias trazem algum alívio. É de reconhecer que duas das perigosas crises internacionais – o novo episódio de ataque químico na Síria e a ameaça nuclear na Coreia do Norte – estão a ser tratadas com inteligente moderação. A tensão na península da Coreia baixou ao ser favorecida a medi -
A brecha europeia cresce na Hungria — avança em Itália e já ameaça Espanha
Causa perplexidade o que leva tanta gente a votar em gente que se apresenta com programas de intolerância, eticamente inaceitáveis. É uma vaga que avançou nos últimos dois anos a fazer recuar os ideais de liberdade, fraternidade e justiça social. Os cidadãos eleitores da Hungria acabam de confirmar -
Martin Luther King, para além do sonho
Uma coroa de flores brancas e vermelhas é sempre renovada na varanda frente ao quarto 306 do Lorraine Hotel, de Memphis, no Tennessee. Marca com rigor o lugar onde Martin Luther King assomou ao varandim no terraço daquele primeiro andar e foi morto, às seis da tarde de 4 de abril de 1968, pelos tiro -
De Barcelona A Washington, com escala em Madrid
Há esperança nas novas gerações dos EUA: aquelas centenas de milhar de jovens que saíram à rua no sábado a reclamar “um mundo sem pistolas” e a defender o boicote aos políticos que são patrocinados pelo lóbi NRA do negócio de armas, mostraram coragem e determinação que promete vigor para começar a f -
Falar com esta Rússia
Andréi Nekrasov, cineasta de São Petersburgo, escreveu no Financial Times que “os russos sentem a identidade nacional com ainda mais fervor quando são pressionados de fora”. A trajetória hostil do relacionamento dos países ocidentais com a Rússia deve ter ajudado Putin a reforçar a sua votação e ati -
Espanha também na onda da antipolítica?
Já passaram dois meses e meio sobre as eleições, promovidas pelo poder de Madrid, em que os catalães deram maioria de deputados às forças que têm por ambição a independência da Catalunha. Mas, todo este tempo depois, os independentistas não estão a saber usar o prémio que lhes foi dado pelos eleitor -
Itália: O colapso do sistema
Há quem diga “establishment”, chamemos-lhe “o sistema político”, e sai completamente derrotado das eleições italianas. Colapsa. Os protagonistas da derrota são dois: Renzi (já se esperava) e Berlusconi (decerto sonhava voltar a ficar dono do jogo, afinal fica de fora). -
A incerteza absoluta nos votos de domingo em Itália e na Alemanha
O próximo domingo tem duas votações cujo resultado inclui potencial explosivo sobre o futuro da Europa. No mesmo dia em que os italianos votam em eleições que ameaçam colocar no governo de Roma um homem como Matteo Salvini, um extremista alinhado com a francesa Le Pen e o húngaro Orban, na Alemanha -
O terrorismo com as AR-15 nas escolas dos EUA
As universidades nos Estados Unidos da América têm laboratórios avançados e bibliotecas recheadas. São lugares onde são cultivadas, em simultâneo, a tradição e as novas ideias. Têm abundância de recintos desportivos, também grande estímulo a todas as artes, da música à literatura. E todas têm alojam -
As muitas incertezas alemãs
Martin Schulz foi ministro dos Negócios Estrangeiros designado, na Alemanha, por apenas 36 horas. Também saiu da poltrona da liderança do SPD, onze meses depois de ser eleito como o timoneiro do ressurgimento dos sociais-democratas alemães e europeus. A renúncia de Schulz é o preço do acordo de coli -
A mais estranha campanha italiana
A questão dos migrantes é uma bomba que já está a envenenar o debate na campanha eleitoral italiana e que leva à maior incerteza sobre se vai ser possível que das eleições já dentro de quatro semanas saia um governo fiel à tradição europeia de Roma na interpretação da democracia e do Estado de direi -
As tantas questões em volta da Catalunha
A tensão está, como previsto, em escalada e quase a fazer rebentar as costuras que restam para algum compromisso entre Espanha e a Catalunha independentista. Em causa está um movimento social, incontrolável, com dois milhões de pessoas numa das mais dinâmicas regiões da Europa. E o evidente nervosis -
Dos Estados Unidos de Obama à América de Trump
Obama, como presidente, falava da visão que tinha para os Estados Unidos. Trump ignora a expressão Estados Unidos, fala na América, “America first”, o slogan de campanha que perdura. -
Espanha em movida política
A instalação, nesta quarta-feira, do novo parlamento catalão, outra vez com maioria independentista (70 dos 135 lugares), vai reacender, provavelmente com muito ardor, a questão da Catalunha e relançar a questão do Estado em Espanha, numa ocasião em que a cidadania, mesmo a imensa mais obstinadament -
O discurso presidencial de Oprah
A reação imediata de muita gente após ouvir o galvanizante discurso de Oprah Winfrey foi escrever “Aqui está, Oprah 2020”. Já várias vezes tinha sido sugerida a possibilidade de a mais poderosa comunicadora, anfitriã de talk shows, nos Estados Unidos, avançar ela própria, após ter apoiado ativamente -
A complexa e ameaçadora crise no Irão
O ano de 2018 entra de rompante com uma crise num dos países que se tornou potência central no xadrez do Médio Oriente, com o risco de tomar proporções internacionais: o Irão do presidente Rohani está confrontado com seis dias consecutivos de crescentes protestos de rua, que estão a provocar violênc -
Valha-nos o Papa
Quando a política renuncia, Francisco denuncia, sem perder tempo: no discurso natalício, o mais marcante em cada ano no Vaticano, não se emaranhou em artifícios diplomáticos e interveio com palavras claras sobre o conflito entre Israel e a Palestina: reclamou dois Estados na Terra Santa, com frontei -
A Catalunha suspensa
O resultado do voto de hoje na Catalunha segue incerto. O mais provável é que o heterogéneo bloco independentista tenha mais deputados do que o constitucionalista espanholista, mas o caminho para a independência vai continuar barrado pelo poder do estado espanhol. A ferida vai continuar aberta e não -
A anómala eleição empatada
Esta é uma eleição com campanha anómala. Os catalães votam depois de amanhã e o cabeça da lista que, nas projeções, tem o maior número de deputados (Oriol Junqueras, da Esquerda Republicana da Catalunha) segue na prisão, e o mais citado como preferido para chefiar o próximo governo (Carles Puigdemon -
Spielberg puxa pela épica do jornalismo
Está quase a começar a época dos grandes prémios anuais à criação em cinema. A temporada começa já em 7 de janeiro, em Beverly Hills, Los Angeles, com os Golden Globes, atribuídos pela Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA). O anúncio das nomeações para os prémios a atribuir promete -
O "efeito de mártir" na campanha catalã
Já começaram as duas semanas de campanha para as eleições, daqui a 17 dias (21 de dezembro), na Catalunha. Há várias evidências: os moderados e conciliadores não estão a ter espaço nesta eleição; mais do que apresentar ideias estimulantes para o futuro, o que cada bloco (o independentista e o espanh -
Conseguem dispor-se a recoser a Catalunha?
Oriol Junqueras, o líder do partido ERC (Esquerda Republicana da Catalunha), que encabeça todas as sondagens sobre as eleições catalãs marcadas para daqui a três semanas, está, desde o começo do mês, na cadeia, por rebelião. O presidente cessante do governo catalão, Carles Puigdemont, número um da l