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O “may day” de Theresa May. God Save the Brits!
Theresa May tenta disfarçar o “mayday”, faz por passar a impressão de não estar perdida. Mas a primeira-ministra que queria, nestas eleições, reforçar a maioria absoluta, colhe um fracasso absoluto. Dispõe-se, apesar de enfraquecida, a formar um governo de recurso, certamente muito a prazo. Boris Jo -
Os jovens decidem a próxima liderança britânica
Os eleitores britânicos têm fama de desconcertar as empresas de sondagem. O sistema eleitoral contribui para que o seu voto conduza a resultados imprevisíveis. É assim que as últimas sondagens antes da votação de hoje tanto apontam para uma vitória insuficiente (abaixo da maioria absoluta que tinham -
Incerteza em Londres e em todo o Reino Unido
Do atentado na ponte de Westminster (em 22 de março) ao da ponte de Londres (na noite de sábado) passaram 73 dias, e nestes menos de três meses, desgraçadamente, a primeira-ministra Theresa May teve de aparecer por três vezes na porta da residência de chefe do governo para falar aos concidadãos brit -
A brecha atlântica e a deriva brasileira
A boa sintonia entre o Ocidente durou precisamente 69 anos: 3 de junho de 1948 é a data histórica em que entrou em aplicação o Plano Marshall, que instalou a relação especial entre os Estados Unidos e a Europa, como grandes aliados. Passados estes 69 anos de persistente harmonia no fundamental das r -
Com o terrorismo e contratos multimilionários em fundo
1. Depois do Bataclan de Paris, do Pulse de Orlando, agora a Arena de Manchester, outra vez uma sala de espetáculos no alvo da crueldade terrorista. Desta vez, a barbárie teve na linha de mira adolescentes, jovens adultos e pais que tinham ido buscar os filhos que estavam entre as 18 mil pessoas com -
Assim estamos indefesos
Por mais que apeteça celebrar com entusiasmo o triunfo de um artista peculiar, com sensibilidade em que desejamos rever-nos, como é Salvador Sobral, é um excesso que essa alegria ocupe meia hora na abertura do telejornal. -
Um Papa nada convencional
A percepção é determinante. Bento XVI apareceu-nos sempre como um velho professor, fechado, austero na sua cátedra. As suas palavras como Papa exprimem pensamento que se traduz em lições e doutrina. Como se estivesse sempre a falar para audiências qualificadas. O Papa Francisco nunca se põe na cáted -
Ainda faltam mais duas voltas - e instalar confiança
Le Pen quis apresentar Macron como filho político de Hollande. A noite do triunfo de Macron evidencia que a ascendência mais assumida é a de Mitterand. Ficou marcada nos gestos: a longa caminhada solitária de Macron, ao som do hino à Alegria de Beethoven, símbolo da Europa, na esplanada do Louvre at -
Não basta derrotar Le Pen nesta eleição
Há 31 anos menos três dias, 10 de maio de 1981, François Mitterand recebeu 51,7% dos votos, destronou Giscard e pôs a esquerda no poder em França. Abriu uma década de vaga socialista na Europa. O noticiário da rádio, às seis da tarde desse domingo de maio de 81, fez uma pausa de segundos até que nos -
O grande teste à startup política de Macron
A startup da política criada há um ano por Emmanuel Macron está, agora, a chegar à fase em que se vai ver se tem ou não energia para liderar a mudança em curso na paisagem política francesa. É a partir de agora que se vai perceber se Macron tem ou não estatura para aparecer como um novo imperador na -
A Liberdade no Dicionário
Neste dia 25 de Abril vem para o topo uma recomendação: procurar e entrar pela leitura do primeiro dos novos oito volumes de uma obra fundamental, o Dicionário da História de Portugal. Joel Serrão iniciou, a grande tarefa deste Dicionário nos anos 60 do século XX. Trouxe-nos então, em seis volumes, -
A Revolução Francesa
As sondagens mostraram-se fiáveis, a questão presidencial francesa está resolvida: salvo enorme e improvável surpresa, Emmanuel Macron vai ser, a partir de 7 de maio, presidente da França. O duelo final vai opor dois modelos de sociedade claramente distintos: a França inclusiva e aberta ao mundo pr -
Présidente Le Pen?
A pergunta mais essencial em volta das eleições presidenciais em França leva o nome de Marine Le Pen, e é esta: ela pode realmente ser eleita presidente de França? É a pergunta fulcral porque há a noção de que a eleição de Le Pen significaria, um ano depois do Brexit, o abrir de portas ao Frexit, po -
Qual será a surpresa final?
Houve um tempo em que triunfavam e influenciavam o cinema, a música e a literatura de França. Truffaut e Godard, Gréco e Ferré, Genet e Camus, Duras e Yourcenar. É uma época que começou a extinguir-se um pouco antes do final do século XX. Era uma ocasião em que ir a Paris era uma primeira ambição de -
O golpe de força é um golpe de mestre ou apenas bluff?
A barbaridade em Khan Sheikoun tem tudo para nos revoltar. Quando vemos as imagens daquelas crianças, daquela gente de todas as idades, a morrer em asfixia pelo gás tóxico, saímos da rotina do desfile de imagens de guerra que, pelo efeito de repetição, quase desarma a nossa sensibilidade. A utilizaç -
Rússia forte e Rússia vulnerável
Agora, foi na esplêndida e histórica São Petersburgo. Este ataque do terror a Putin, no dia em que o presidente russo estava na cidade onde se impôs como homem poderoso, parece ser, apesar das poucas certezas, o preço que a Rússia paga por estar a impor a sua força militar na Síria. O ataque no metr -
London calling
Um documentário recente da BBC mostra admiravelmente como em menos de dois séculos Londres deixou de ser uma capital exclusivamente branca para se tornar uma metrópole global, multicolor, multirracial, onde convivem umas 50 culturas e mais de 100 línguas. É uma Babilónia moderna, numa cidade toleran -
Um holandês preconceituoso
Qualquer de nós pode ter um mau dia. Este Jeroen Dijsselbloem tem um problema, acumula dias maus. Já todos sabemos o que comentou em entrevista ao Frankfurter Allgemeine: Vê os países da Europa do Sul como esbanjadores em copos e mulheres. Jeroen Dijsselbloem é ainda ministro da Economia da Holanda -
O rapto da Europa
A Europa aparece-nos hoje como uma entidade confusa, vaga, com a alma sequestrada. Vale lembrar relatos mais antigos. Na mitologia grega, Europa era filha de Agenor, rei da Fenícia, e foi raptada por Zeus que a levou para Creta, para que Hera, a muito ciumenta mulher, não ficasse a saber. Ovídio, no -
O que se passa agora na Holanda?
Ninguém na Europa estaria a ligar às eleições desta quarta-feira na próspera, pacífica e tradicionalmente libertária Holanda e a ficar nervoso à espera dos resultados se não fosse esta personagem com cabeleira que faz lembrar os compositores clássicos do século XVIII: Geert Wilders. A única conhecid -
Museus no século XXI
O museu mais visitado na América está em crise. É o Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque, conhecido como o Met. Recebe sete milhões de visitantes por ano, tem 2200 funcionários e um orçamento anual de 276 milhões de euros. O Met, fundado em 1880, e desde então várias vezes usado pelo cinema (p -
Mister Chance e Bonnie & Clyde em 2017
Os Estados Unidos, desunidos, estão mesmo a viver uma época de mudança. Na sexta-feira, Trump apareceu conquistador e foi aclamado como herói, em Fort Washington, no conclave deste ano da CPAC, a Convenção Conservadora, o músculo mais ideológico da direita republicana, que há bem poucos meses exprim -
Os Óscares no tempo de Trump
A fantasia dos sonhos ou o combate social e político? Quem vai impor-se na noite dos Óscares? É já no próximo domingo a grande celebração do cinema em Los Angeles, e os cinco mil membros da Academia das Artes Cinematográficas de Hollywood tiveram até esta terça-feira para votar as suas preferências