Os médicos anunciaram hoje que vão realizar uma greve de dois dias na primeira semana de outubro, mas depois das eleições autárquicas, se a nova proposta negocial que o governo vai apresentar não levar em conta as suas reivindicações.
A greve dos médicos continua em cima da mesa, após uma reunião entre os sindicatos e os ministros da Saúde e das Finanças, estando a paralisação dependente de uma nova proposta negocial.
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) acusou hoje o Ministério da Saúde de "apresentar uma não proposta negocial”, que admite médicos com mais de 55 anos nos serviços de urgência, acusando a tutela de ignorância, demagogia e manipulação de números.
O bastonário da Ordem dos Médicos lamentou hoje que um Governo “extraordinariamente preocupado” com a Agência Europeia do Medicamento esteja “pouco preocupado com as pessoas”, aludindo a um Serviço Nacional de Saúde “em decadência”.
Os médicos deram hoje menos de um mês ao Governo para resolver as principais reivindicações que têm feito ou avançarão para uma nova greve nacional, que seria a segunda este ano.
Cerca de 380 mil utentes podiam ter já médico de família se o Ministério da Saúde não se tivesse atrasado a colocar cerca de 200 clínicos recém-especialistas, acusa o Sindicato Independente dos Médicos, considerando o atraso como inqualificável.
A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) esclareceu hoje que ordenou a todos os hospitais com médicos internos que os mantenham por tempo indeterminado.
Lisboa, 02 jul (Lusa)- Médicos que chegam a Portugal oriundos de países fora da União Europeia queixam-se de dificuldades que lhes são impostas para além do previsto e de pelo menos metade chumbar no exame de equivalência.
As feridas são uma “epidemia escondida”, sendo “necessário que os profissionais de saúde tenham formação contínua e especializada” e uma forte aposta na prevenção, disse à Lusa o professor da Universidade Católica do Porto, Paulo Alves, especialista nesta área.
Quase um terço dos médicos recém-formados não conseguiu vaga para a sua especialização, de acordo com o mapa definitivo de vagas, que confirma assim o aumento do número de clínicos impedidos de terminar a especialidade que escolheram.
O presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) considerou hoje que uma reunião mantida com o ministro da Saúde permitiu o "desbloqueamento e avanços" em matérias que motivaram a greve destes profissionais na semana passada.
Os sindicatos médicos vão reunir-se na terça-feira de manhã com o ministro da Saúde, numa tentativa de retomar as negociações após a greve nacional de dois dias, disse à Lusa fonte sindical.
A adesão à greve dos médicos relativa ao turno das 00:00 às 08:00 de hoje terá sido de 100%, adiantou à agência Lusa o presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha.
Os sindicatos médicos acreditam que a greve de 10 e 11 de maio vai ter uma “enorme adesão” e apelam aos utentes para que apenas compareçam nos serviços de saúde em casos agudos ou de urgência.
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse hoje em Coimbra estar "convencido" de que um acordo com os sindicatos dos médicos, que marcaram greve nacional para 10 e 11 de maio, venha a ser possível.
Centenas de jovens médicos ficarão sem acesso a uma especialidade em 2018, uma realidade que se agrava a cada ano, estima a Ordem dos Médicos, que exige ao Governo medidas de planeamento para evitar esta situação.
A Ordem dos Médicos denunciou hoje que há uma grande carência de aceleradores lineares na região Centro, referindo ainda que um dos três equipamentos de radioterapia dos Hospitais de Coimbra está sem funcionar por falta de licença do ministério.
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, assegurou hoje que o pagamento das horas extraordinárias a 75% aos médicos terá efeitos retroativos a 1 de abril.
Um em cada cinco médicos de família recebem todas as semanas pedidos de baixas médicas desnecessárias e 8% confessam que acabam por ceder aos doentes, mesmo sem motivos clínicos, revela um estudo hoje divulgado.
O Governo comprometeu-se com os sindicatos médicos a repor 25% das horas extraordinárias a partir de abril a todos os profissionais de saúde e a negociar para que a reposição total ocorra até ao fim do ano.
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, revelou hoje que em 2016 cerca de 600 os médicos pediram "passaportes" para emigrar, um crescimento de 30% em relação ao ano anterior.
Os elevados níveis de exaustão dos médicos podem vir a tornar-se um problema de saúde pública, alertou hoje a Ordem dos Médicos, avisando que o esforço exigido aos clínicos é enorme e pode aumentar os erros cometidos.
O Serviço Nacional de Saúde aumentou o recurso a médicos “em fase de formação na especialidade”, e que transitam depois para o setor privado, degradando a situação de profissionais e utentes, indica um estudo a divulgar em dezembro.