Segundo a informação disponibilizada no site da Ordem dos Médicos, as reuniões devem servir para fazer um “ponto da situação sobre as negociações entre o Ministério da Saúde e as estruturas representativas dos médicos”.
Além disso, vão ser analisadas e discutidas “as deficiências e insuficiências do SNS”, com a Ordem dos Médicos a lembrar que o “subfinanciamento crónico” está a ter consequências negativas no acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde em tempo útil.
“Os médicos têm sido os bodes expiatórios de um sistema em que a elevada pressão e a degradação das condições de trabalho atingiram níveis inaceitáveis”, escreve o Conselho Nacional da Ordem dos Médicos, lembrando o aumento de casos de ‘burnout’ (exaustão) e a emigração dos últimos anos.
A opção por trabalhar apenas no setor privado e a aposentação precoce também “não param de crescer”, contribuindo para um “definhar” do SNS e da pequena medicina privada.
Os sindicatos médicos continuam em negociações com o Ministério da Saúde em várias matérias, mas já avisaram que, se a postura do Governo se mantiver, avançarão com uma nova greve nacional depois das eleições autárquicas, que seria a segunda num ano.
Em causa estão sobretudo três medidas, como a redução da lista de utentes por médico de família, que atualmente se situa nos 1.900 utentes por médico, enquanto os sindicatos pretendem regressar a um máximo de 1.500.
A limitação do trabalho suplementar a 150 horas anuais, em vez das atuais 200 e a imposição de um limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência são outras das matérias essenciais para os sindicatos e que já estiveram na origem da greve de maio.
As reuniões gerais de médicos agendadas pela Ordem vão decorrer na terça-feira em Lisboa, na quarta-feira em Coimbra e no dia 25 deste mês no Porto.
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