No final de mais uma reunião negocial com o Ministério da Saúde, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) disse à agência Lusa que não surgiu “qualquer contraproposta do Governo” às propostas apresentadas pelas estruturas sindicais.
“O Governo mantém uma incapacidade de perceber que as propostas dos médicos iam melhorar as acessibilidades aos médicos de família, bem como retirar sobrecarga de trabalho”, afirmou Roque da Cunha.
Segundo o sindicalista, “os médicos continuam a sentir que o Governo os está a empurrar para a greve”, declarou, recordando que, se a situação de impasse se mantiver, será agendada uma paralisação para início de outubro, que seria a segunda este ano.
Os sindicatos decidiram pedir a “ajuda urgente” das duas centrais sindicais – CGTP e UGT -, tendo ainda enviado cartas ao PS, PCP e Bloco de Esquerda, solicitando reuniões para que sejam expostos os argumentos dos médicos e as suas propostas.
Os sindicatos têm mostrado disponibilidade para que três das suas principais reivindicações sejam faseadas em datas diferentes até ao fim da legislatura.
Em causa está a redução da lista de utentes por médico de família, que atualmente se situa nos 1.900 utentes por médico, enquanto os sindicatos pretendem regressar a um máximo de 1.500.
A limitação do trabalho suplementar a 150 horas anuais, em vez das atuais 200 e a imposição de um limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência são outras das matérias essenciais para os sindicatos e que já estiveram na origem da greve de maio.
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