A política é mais promíscua do que uma família de cães. Este familygate deve ser uma das razões pelas quais as coisas demoram tanto tempo a decidir em Portugal: já estiveram numa reunião de partilhas de herança?
Um mês antes das europeias, os espanhóis são chamados a votar em eleições gerais que surgem como extraordinariamente complexo desafio político, com resultado incerto e imprevisível. Os estudos de opinião sugerem que 30% do voto está ainda em fase de indecisão. A batalha cultural e ideológica já está
E tu queres ser ministra? Queres que te perguntem pelo teu cabelo, pelos teus biquínis, pelos negócios que a tua família fez há gerações, pela forma como educas os teus filhos ou cozinhas? Pelo teu curriculum vitae? Queres?
Já não é novidade para ninguém que a privacidade da internet é cada vez mais um mito. Desengane-se quem ainda acha que os nossos dados não andam a rebolar net fora e a serem usados para à balda para sermos manipulados e nos levarem a agir sobre coisas como compras ou votos.
O juiz que, em Vancouver, lá no Canadá debruçado sobre o Pacífico, vai hoje decidir se confirma ou não a detenção de Meng Wanzhou, está sob o fogo cruzado de duas altas pressões externas: por um lado, a do governo da China que já avisou que a manutenção da detenção de Meng é um “sequestro” pelo qual
Não discrimino pessoas pelas suas crenças religiosas já que trato todas as religiões por igual, pois acho que são todas uma treta. No entanto, discrimino pessoas pelo facto de falarem alto aos telemóveis em espaços públicos.
Muito da França ficou neste fim de semana refém de um inédito protesto que está para continuar: centenas de milhares de pessoas bloqueiam estradas, ruas, túneis, portos e aeroportos em ação direta contra o caro custo de vida. Os sucessivos aumentos do preço dos combustíveis são o pretexto imediato.
Os Clubes de Raparigas são um dos muitos projectos do Parque Nacional da Gorongosa, muito além da conservação ambiental. Como trabalhar com meninas subnutridas, que muitas vezes os pais trocam por tostões, umas garrafas, umas capulanas. Tudo isto numa região traumatizada pela guerra, onde pessoas e
Será que a Patrícia Mamona sofreu racismo? Não sei. Será que os pais da Maddie a mataram? Não sei. Sempre ouvi dizer que o silêncio era de ouro quando não tínhamos nada a acrescentar e que o primeiro passo para o conhecimento era assumirmos que não sabemos tudo.
Não sei ao certo se originalmente isto era uma anedota ou um cartoon, mas de qualquer forma vai mais ou menos assim: numa entrevista de emprego, perguntam ao candidato qual é o seu maior defeito. “Diria que o meu maior defeito é a sinceridade.” – responde. O entrevistador estranha e comenta: “Sincer
O Presidente da República escusou-se hoje a adiantar a sua posição sobre a lei que permite a mudança de género no registo civil aos 16 anos, argumentando que não pode ter opinião formulada sem analisar o diploma.
Nos dias de hoje, pelo menos numa das grandes cidades, cada vez mais jantar efetivamente fora se tem tornado num esforço escusado. Surgiram, nos últimos meses, uma série de alternativas que nos permitem solicitar a entrega na residência de uma miríade de refeições. Já não é só a pizza de massa fofa,
Há duas formas de observar e analisar a tragédia que este Verão se abateu sobre Portugal: ou continuamos a converter qualquer acontecimento num argumento para a disputa política entre os Partidos que governam e que estão na oposição, e tudo continuará como está; ou abrimos os olhos e reconhecemos qu
Nisto de questões de género nem sempre o problema é o género mas sim, o género de pessoas. Se temos uma sociedade conservadora, patriarcal, sexista, machista, misógina, a culpa não é só deles. Também é nossa que permitimos, durante demasiado tempo, que se estabelecessem padrões que separam os direit
Este relato é tão absurdo quanto real. De sábado para domingo, no espaço de 15 segundos, passei de estar sossegado – calado, mãos nos bolsos, olhos no céu - para estar a iniciar um comboio humano que não se coibiu de berrar a clássica “Mamãe eu quero”. Da serenidade à euforia foi necessário apenas
Esta semana, na véspera do jogo do Benfica com o Besiktas, o treinador Rui Vitória tinha marcado uma conferência de imprensa para o final da tarde. Eu estava no carro, parado no trânsito, quando liguei o rádio e ouvi o jornalista, que esperava a chegada do técnico, lamentar o atraso no começo da ses
No Futebol, Fé e Fado (destino) andam, muitas vezes, de braço dado. 22 anos e um dia depois, três amigos repetem uma visita ao Santiago Bernabéu. Uma incursão a Madrid que mete rituais, carros avariados, política à mistura e uma repetição da história. No fim do dia acrescento ao puzzle o F de Famíli
A pedagogia, a pressão e denúncia públicas e a liberdade de escolha dos utilizadores serão, no fim do dia, os meios mais eficazes para prevenir os excessos de zelo e as práticas abusivas das plataformas electrónicas na selecção de informação
Há cidades a que se deseja sempre voltar e Roma é uma delas. Mary Beard, prestigiada especialista em Clássicos da Antiguidade, catedrática em Cambridge, tem escrito livros fascinantes sobre a Roma Antiga que modelou muito da nossa civilização. Ela explica como os pensadores e políticos dessa Roma de
Há um rio, que é o mesmo, mas que os separa. Os que vão à Bela Vista e os que vão à Amora. Dizer de um ou de outro que, de alguma forma, podiam ser uma espécie de Festa do Avante! da burguesia ou de Rock in Rio do proletariado é, provavelmente, uma enorme ofensa para qualquer uma das partes. Com as
Ou muito me engano, ou Álvaro Cunhal deu algumas voltas na tumba no fim‑de‑semana passado. Coerente, firme, implacável, teimoso, julgo acertar se disser que não lhe passaria pela cabeça engolir a "geringonça", obrigando-o - como obrigou Jerónimo de Sousa - a, num único discurso, dizer que sim e que
O deslumbramento por declarações de economistas estrangeiros não faz sentido, sobretudo quando, por regra, esses economistas conhecem o país e a nossa economia muito pior do que os seus colegas portugueses e não têm qualquer capacidade de decisão sobre o país.
Na Utopia, escrita há 500 anos, Thomas More descreve a organização política e social de uma ilha composta por 54 cidades onde funciona a igualdade entre todos. A ilha está dotada de um governo central cuja principal missão é a de repartir com equidade os recursos. Na Utopia não há pobres nem ricos,