• Catalunha, cabeça, coração

    Tantos erros, tanto desejo distorcido. E com certeza muita gente, fora e dentro da Catalunha, sem simpatia por nacionalismos, e ao mesmo tempo avessa à repressão e surdez de Madrid. Que não haja dúvida sobre isto: estamos mais ligados, dentro e fora, mais sujeitos aos mesmos colapsos, ecológicos e p
  • Chover no molhado e no manda-chuva

    Há uma semana o caso Weinstein mereceu-me notas muito breves, mais debruçadas até em questões linguísticas que chauvinistas. A leveza com que abordei o assunto não foi por achá-lo de pouca importância, nem para me escusar de ser só mais um a bater no ceguinho – não é ceguinho, nem coitadinho; não há
  • 217 anos a apanhar as meias do chão

    Não defendo a ideia de que homens e mulheres têm de ser iguais, porque não são, mas defendo a ideia de que uma relação se baseia numa partilha não apenas da intimidade mas de tudo o que esta representa, inclusivamente apanhar as meias do chão. Partilhar não é 'dar uma ajuda' ou 'apoiar'. Partilhar é
  • "Não me gritem!"

    Nunca como hoje fomos tão donos das nossas escolhas – com dinheiro, sem dinheiro, em espaço público ou privado – o que deve dar dores de cabeça a quem tem por obrigação vender-nos “coisas” em massa.
  • A Catalunha anuncia-nos o século XXI?

    A crise catalã, agora em fase de perplexidade e cansaço mas com continuada incerteza, aparece-nos como anúncio de uma tendência que temos pela frente neste século XXI: o nascimento de novos países. É uma ebulição política e social que nunca parou e que teve uma erupção forte nas últimas três décadas
  • O nosso Halloween

    Ora, amanhã é Noite das Bruxas , ou noite de halouéne, como diria a maioria dos habitantes de Portugal, se a maioria não fossem turistas. No meu tempo (808 dC) este dia era o dia de “Pão por Deus”. Também pedinchávamos, porta a porta, mas não nos mascarávamos de monstros e não ameaçávamos ninguém co
  • Um grito cansado

    A proclamação da República Catalã é apenas o reflexo da exaustão de todos os outros caminhos possíveis para fazer representar, por via concertada, o mandato de quase ou ligeiramente mais da metade da população catalã — premissa que só se poderia verdadeiramente verificar através de um referendo reco
  • A moca, a toga e o machismo em 2017

    As mulheres põem-se sempre a jeito para apanhar, na lógica machista. Se não é a mini-saia é ter opinião: quem a mandou falar, depois não se queixe. Assim se legitima o abuso e promove a auto-censura. Uma inversão tipo a abusada ser culpada do abuso, como no acórdão criminoso do juiz Neto de Moura.
  • Adultério à parte, somos todos #metoo

    Passou-nos ao lado o Information Overload Day, o dia do excesso de informação. O que tem este dia a ver com um acordão ou uma hashtag? Aparentemente, nada. Na verdade, tudo. Neste excesso de comunicação, falamos cada vez mais e comunicamos cada vez menos. O Acórdão está no topo da actualidade no Fac
  • Folga ao fogo

    O grande tema da semana passada ainda vigora como o grande tema desta semana. É pesado, difícil, e fazemos-lhe justiça se não o alavancarmos rapidamente para fora dos nossos pensamentos. O chão ainda fumega, e as cinzas espalham-se até pelo sopro dos que tentaram assobiar para o lado. Foi um tema (q
  • A Catalunha pode escapar ao precipício?

    O desastre que parecia inevitável já está a acontecer na Catalunha. Em vez de diálogo político é imposta a força de quem mais a tem, repressão em nome da legalidade. O confronto entre Madrid e Barcelona (e vice-versa) dá o salto para o desconhecido, com riscos, que são previsíveis e altíssimos para
  • A Bíblia decide, está decidido

    O Tribunal da Relação do Porto (TRP) está numa relação complicada com a contemporaneidade. Recorrendo a versículos bíblicos, um acórdão deste mês rejeita o recurso do Ministério Público, mantendo a pena suspensa para um homem que agrediu a mulher, que o traíra, com uma moca de pregos. A Bíblia decid
  • A nossa língua no mapa de Espanha?

    A Espanha é, para muitos portugueses (não direi a maioria, porque não sei quantos são), um território imenso que devemos passar por cima, de avião — ou então de carro, bem depressa, quase sem parar, até chegar a França e então respirar.
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