Tantos erros, tanto desejo distorcido. E com certeza muita gente, fora e dentro da Catalunha, sem simpatia por nacionalismos, e ao mesmo tempo avessa à repressão e surdez de Madrid. Que não haja dúvida sobre isto: estamos mais ligados, dentro e fora, mais sujeitos aos mesmos colapsos, ecológicos e p
Há uma semana o caso Weinstein mereceu-me notas muito breves, mais debruçadas até em questões linguísticas que chauvinistas. A leveza com que abordei o assunto não foi por achá-lo de pouca importância, nem para me escusar de ser só mais um a bater no ceguinho – não é ceguinho, nem coitadinho; não há
Não defendo a ideia de que homens e mulheres têm de ser iguais, porque não são, mas defendo a ideia de que uma relação se baseia numa partilha não apenas da intimidade mas de tudo o que esta representa, inclusivamente apanhar as meias do chão. Partilhar não é 'dar uma ajuda' ou 'apoiar'. Partilhar é
Nunca como hoje fomos tão donos das nossas escolhas – com dinheiro, sem dinheiro, em espaço público ou privado – o que deve dar dores de cabeça a quem tem por obrigação vender-nos “coisas” em massa.
A crise catalã, agora em fase de perplexidade e cansaço mas com continuada incerteza, aparece-nos como anúncio de uma tendência que temos pela frente neste século XXI: o nascimento de novos países. É uma ebulição política e social que nunca parou e que teve uma erupção forte nas últimas três décadas
Ora, amanhã é Noite das Bruxas , ou noite de halouéne, como diria a maioria dos habitantes de Portugal, se a maioria não fossem turistas. No meu tempo (808 dC) este dia era o dia de “Pão por Deus”. Também pedinchávamos, porta a porta, mas não nos mascarávamos de monstros e não ameaçávamos ninguém co
A proclamação da República Catalã é apenas o reflexo da exaustão de todos os outros caminhos possíveis para fazer representar, por via concertada, o mandato de quase ou ligeiramente mais da metade da população catalã — premissa que só se poderia verdadeiramente verificar através de um referendo reco
Um empregado do Lidl, em Espanha, foi despedido por trabalhar horas a mais. Pena que nos meus tempos de consultor informático ninguém me valorizou tanto.
Suores frios, pesadelos, vontade de comer pizza até morrer asfixiado sem conseguir arrotar o pepperoni. É assim que me sinto na véspera de ir à Segurança Social.
As mulheres põem-se sempre a jeito para apanhar, na lógica machista. Se não é a mini-saia é ter opinião: quem a mandou falar, depois não se queixe. Assim se legitima o abuso e promove a auto-censura. Uma inversão tipo a abusada ser culpada do abuso, como no acórdão criminoso do juiz Neto de Moura.
Passou-nos ao lado o Information Overload Day, o dia do excesso de informação. O que tem este dia a ver com um acordão ou uma hashtag? Aparentemente, nada. Na verdade, tudo. Neste excesso de comunicação, falamos cada vez mais e comunicamos cada vez menos. O Acórdão está no topo da actualidade no Fac
A 29 de março deste ano a Grã Bretanha entregou oficialmente o seu pedido de saída da União Europeia, ao abrigo do Artigo 50 do Tratado de Lisboa. Assim sendo, a saída propriamente dita deverá ocorrer em março de 2019.
O grande tema da semana passada ainda vigora como o grande tema desta semana. É pesado, difícil, e fazemos-lhe justiça se não o alavancarmos rapidamente para fora dos nossos pensamentos. O chão ainda fumega, e as cinzas espalham-se até pelo sopro dos que tentaram assobiar para o lado. Foi um tema (q
O desastre que parecia inevitável já está a acontecer na Catalunha. Em vez de diálogo político é imposta a força de quem mais a tem, repressão em nome da legalidade. O confronto entre Madrid e Barcelona (e vice-versa) dá o salto para o desconhecido, com riscos, que são previsíveis e altíssimos para
O Tribunal da Relação do Porto (TRP) está numa relação complicada com a contemporaneidade. Recorrendo a versículos bíblicos, um acórdão deste mês rejeita o recurso do Ministério Público, mantendo a pena suspensa para um homem que agrediu a mulher, que o traíra, com uma moca de pregos. A Bíblia decid
A Espanha é, para muitos portugueses (não direi a maioria, porque não sei quantos são), um território imenso que devemos passar por cima, de avião — ou então de carro, bem depressa, quase sem parar, até chegar a França e então respirar.
Depois da tempestade vem o jogo da batata quente em que os políticos atiram as culpas de uns para os outros para ver quem sai de um cenário de tragédia com mais popularidade.
Antes que comecem já aí aos saltos e piruetas de revolta — como é vosso apanágio — certifiquem-se que leram bem o título. Não falo de feminismo, falo de femichismo. Portanto, o semelhante do machismo mas possuidor de uma bonita e demoníaca vagina que subjuga um feio e flácido pénis. O feminismo é im
Não estamos sozinhos porque este governo nos abandonou, embora isso também possa ser em parte verdade, muitos governos, ao longo de muito tempo. Estamos sozinhos porque seremos nós e só nós, à falta de extraterrestres ou deuses de varinha mágica, a lutar pela vida na Terra. Sozinhos com o que foi fe
Há duas formas de observar e analisar a tragédia que este Verão se abateu sobre Portugal: ou continuamos a converter qualquer acontecimento num argumento para a disputa política entre os Partidos que governam e que estão na oposição, e tudo continuará como está; ou abrimos os olhos e reconhecemos qu
Este é o slogan do 19º Congresso do Partido Comunista Chinês, que começou ontem no Grande Auditório do Povo, na Praça Tianamen, em Pequim, com a presença de 2.300 congressistas.