Sou da opinião de que o aspeto mais importante do "1-O" não foi ainda suficientemente vincado em Portugal: os dois lados que se opuseram ontem não foram o "sim" e o "não". Não se gritou independência, não se vestiram as senyeras ontem.
Foi a notícia da semana, para mim que vivo fechado em casa e sou vou à rua quando há fogo-de-artifício: o Twitter vai passar para duzentos e oitenta caracteres.
O Democracia é um restaurante onde nem sempre comes o prato que escolheste. No entanto, tens de comer e pagar na mesma e ainda te olham de lado se não deixares gorjeta.
No palco do teatro Tivoli em Lisboa está em cena “Simone, o Musical”, a história de 60 anos de carreira de uma mulher para quem nunca podia ser "tudo direitinho" e que sempre fez o que tinha de ser feito. Como ninguém.
A abstenção, fazendo parte da democracia, permite avaliar a maturidade dessa democracia. E mais que discutir quem ganha e quem perde, precisamos de discutir como se participa, como se valorizam os votos em branco - que ultrapassam as votações de alguns partidos - e como nos mobilizamos para fazer pa
Os homens são os únicos animais que acabam com planetas. E os únicos que, apesar de saberem que a vida não tem sentido nenhum, levam o filho a andar de baloiço, ou esperam na loja do cidadão com várias senhas na mão. Alguns até vão apanhar dois ou três transportes para no domingo votarem. Só sei que
Se perguntarmos a um jovem quem foi Hugh Hefner, provavelmente nunca ouviu falar. É uma das características desta época de excesso de informação; pessoas que mudaram o mundo desaparecem da memória colectiva, pois os seus avanços tornaram-se corriqueiros.
Quando me preparava para escrever um texto sobre as autárquicas, eis que a notícia duma morte me puxou violentamente a atenção. Faleceu um nonagenário notável, que não se importava de ser filmado em roupão, e que era famoso pelo casarão onde acolhia criaturas especiais. Mas não eram coelhinhas, eram
A três dias das eleições autárquicas, há uma conclusão a que chego, independentemente de sondagens, distritos, juntas de freguesia: afinal, o "dono disto tudo" é o autarca.
Se muito há a fazer, não é seguramente com propostas destas, ou palavras inflamadas publicadas na internet, que lá vamos. Menos ainda denegrindo a imagem do seu autor. Se a ideia é boa? Não é, porque o tempo não é de cigarras mas sim de formigas que, silenciosamente, trabalham junto das organizações
Domingo, 1 de outubro de 2017. 20h, rua de São Caetano à Lapa.
Teresa Leal Coelho aproxima-se pesarosamente do palanque. Os
poucos militantes presentes soltam tímidos e pachorrentos gritos de
“PSD... PSD”.
O euroceticismo marcou pontos nas eleições alemãs. Mas Merkel já mostrou nos últimos 12 anos que não se deixa ficar cercada. Talvez esteja criada uma boa ocasião para a chanceler, no seu quarto e, certamente, definitivo mandato, elevar o seu estatuto de política tenaz a líder visionária.
Isaltino era um mecânico que parecia fazer um bom trabalho, mas pela calada ia enganando e roubando os clientes. Foi condenado e voltou a abrir uma oficina. Estranhamente, alguns dos clientes antigos continuam a ir lá deixar o carro.
A palavra "nacionalismo" engana os portugueses. A culpa não é nossa: como praticamente todos os portugueses concordam que Portugal é uma nação e ninguém quer criar um novo país dentro das nossas fronteiras, achamos que nacionalista só pode ser aquele que dá tanta importância à Nação (sempre com maiú
A propósito das autárquicas que se avizinham, uma das propostas da Joana Amaral Dias, pelo partido Nós, Cidadãos!, é precisamente a do título desta crónica.
Viver numa aldeia às portas de Lisboa durante o verão é bom. Fugir para uma aldeia às portas de Lisboa num fim de semana de inverno é bom. O pior mesmo é ir e vir todos os dias para uma aldeia às portas de Lisboa.
Não há nenhum analista ou comentador que não tenha como certo que Frau Merkel vai ganhar as eleições de amanhã. Mesmo considerando a hipótese improvável que os 26% de indecisos nas sondagens votem noutros partidos – que são muitos e variados – há um consenso de que a Chanceler continuará a governar
Em nenhum país me aconteceu tanto em tão pouco tempo como no México. Isso vem da gente, estas pessoas que agora se acudiram umas às outras mal a terra parou de tremer. Mas também do que esta terra guarda, natureza e história, magia e erro. O México é um lugar especial da Terra.
Preparem as tochas e as forquilhas, vistam a camisola da selecção nacional de futebol e cantem bem alto o hino de Portugal: houve um estrangeiro que cometeu o desplante de falar mal de algo que é nosso. À carga, à carga!
O primeiro ano é sempre um marco que ninguém esquece. Num site de informação, não sendo diferente, é diferente. Igual na experiência única que são os primeiros 12 meses de um projeto. Diferente porque a informação é muito mais uma maratona do que um sprint. O que é tudo menos fácil quando as notícia
Ainda estamos em setembro e este é, oficialmente, o mês do regresso às aulas, correspondendo também ao fecho de um ritmo de estender a toalha e mergulhar no mar. É também neste mês que, inspirados pelo som das ondas, voltamos ao quotidiano urbano prontos para mudar o mundo. Ou, pelo menos, o nosso m
A primeira vez que fui a Veneza, a meio dos anos noventa do século passado, o que mais me impressionou – para lá de ser esmagado pela beleza natural da cidade – foi a massa compacta de turistas que tomava conta das ruas, das praças, das esplanadas, todos os dias, de manhã à noite. Ouvia falar pouco