Em 2024, em Portugal, foram violadas 344 mulheres. As queixas de violência doméstica chegaram às sete mil. O Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR assinala, ainda, a morte de 25 mulheres.
Ontem fiz a pergunta a várias pessoas. Não houve uma alma que me tivesse respondido com a seriedade que eu acharia evidente. Vivemos o que se passa no mundo com a descontração dos destemidos. Ou dos loucos que invocam a profecia de Nostradamus (parece que, mesmo num cenário catastrófico, Portugal sa
Fui a um hospital veterinário buscar a minha gata que esteve internada. O procedimento normal é ir para a sala de espera, logo na entrada; o médico traz o nosso animal de estimação e existem dois ou três gabinetes para a conversa que se deve ter, avaliação, procedimento ou alta de internamento.
Talvez tenha morrido uma certa ideia de civilização. Uma ideia que é de uns tantos e que, arrogantemente ou ajuizadamente (depende dos critérios) fazia mais sentido por ir ao encontro da igualdade, dos direitos humanos, de uma maior transparência (mais uma vez, na opinião de alguns, na minha certame
Sentimo-nos indefesas. Como concorrer com uma ou várias difamações sem recorrer à Justiça? E o que faz a Justiça? Como opera? Que nível de confiança temos na Justiça? Todas estas questões são pertinentes, todas comportam um grau elevado de desconforto.
As crianças só são nossas até certo ponto, são do mundo e têm direito a informação. E têm direito a uma mediação familiar, claro, mas ainda assim precisam de ter acesso a várias perspectivas para entender o mundo no qual irão fazer a sua vida enquanto adultos.
As notícias de ataques em escolas norte-americanas surgem com uma regularidade assustadora. Muitas vezes, o resultado é a morte de crianças, de professores, de funcionários.
E como acontece o amor nesta época de satisfação imediata e de enorme velocidade? Acontece com dificuldade, digo eu, porque a maior parte das almas não está disposta a um compromisso.
O terrível mês de Agosto tem vários problemas, um deles é a absurda falta de temas interessantes, razão pela qual nos deixamos levar por assuntos que não interessam ao menino Jesus, mas que enchem a espuma dos dias (e a espuma dos dias é menor do que a de qualquer imperial bem tirada, é apenas o com
A luta das mulheres na política é sempre um cenário de combate. Não tem fim, abrange contornos de avaliação que transcendem a política. A uma mulher pode-se acusar e apontar o dedo, a propósito de tudo.
O que aconteceu em Paris entre a atleta italiana Angela Carini e a atleta argelina Imane Khelif cheira-me tão a esturro que, admito, fico transtornada com tanto comentário fundamentalista ou radical, com tanta transfobia, com tanta ignorância e treinadores de bancada cuja sapiência deixa tudo a dese
A vitória histórica é dela e dos dela. Não é de Portugal. Filipa Martins classifica-se, aos 28 anos de idade, para a prova mais disputada na ginástica e os Jogos Olímpicos de Paris 2024 terão sempre um gosto especial.
Compreendo a necessidade de comunicar – embora tenhamos uma experiência de campanha presidencial sem nenhum cartaz nas ruas. O que eu nunca entendo, a cada campanha, é a impunidade quanto à exibição dos suportes de campanha de cada partido, eternizados na paisagem urbana e rural.
Acredito piamente que a covid-19 não nos tornou melhores enquanto Humanidade, pelo contrário, veio atiçar medos e preconceitos e uma atuação maioritariamente individualista.
Na biografia de Maria Teresa Horta, A Desobediente, escrevi: “Dá trabalho dar voz àquilo em que se acredita. Chega a ser cansativo. Mas é essencial não calar. A vida de muitas mulheres depende disso mesmo.”
Quanto ao capitão, resta dizer isto: não te merecemos. Há quem diga que o futebol é uma metáfora para a vida. Se for, ainda bem, eu cá não pesco nada, mas não cuspo na mão de quem me deu de comer.
Depois do Miguel Esteves Cardoso glorificar António Costa numa crónica no jornal Público, mesmo que alguns ressalvem a ambiguidade (Será cinismo? Sarcasmo?) de algumas frases, o país festeja a nomeação.
Muitos dos meus amigos – bons amigos e amigas – são gay. São pessoas com o coração no sítio certo, com valores, pensamento crítico, cultura geral, capacidade de escuta e de riso. São, dos meus amigos, os que julgam menos, os que menos maldizem só pelo prazer de maldizer.