Entusiasmo significa agradar a Deus, li num livro. Gosto desta ideia. E de saber que existem momentos em que vivemos plenamente um amor que é isso: de Deus.
Subir e descer o Parque Eduardo VII, ver todos os stands, espreitar tesouros nos alfarrabistas, assistir a sessões com autores, pedir um autógrafo, encontrar família e amigos. Eis o programa da feira do livro de Lisboa que, com escalas diversas, se replica no resto do país.
Ainda assim, dei comigo a dizer a uma amiga: somos todas uma maravilha e somos todas uma desgraça. Acreditamos que podemos e devemos proteger os nossos filhos e, tantas vezes, a bolha que construímos, qual tenda de campismo, não serve para muito mais do que agudizar problemas inevitáveis.
Talvez as redes sociais tenham criado esta ilusão de que podemos dizer seja o que for, já que a impunidade é grande, a fiscalização mínima e, portanto, os insultos abundam e não há problema. Ofender alguém é grave. Maltratar também. Difamar idem. Criticar construtivamente, não.
Existem mitos difíceis de desfazer, nomeadamente a convicção de que um asmático deve evitar o exercício físico. Nada de mais errado, o organismo agradece a oxigenação.
Então, Nuno Melo, ministro da Defesa, mandou dizer que uma boa ideia seria fornecer as Forças Armadas com jovens delinquentes cuja pena seria então feita num ambiente que, subentende-se, os meteria na ordem.
A malta liga para a unidade hospitalar – Se pretende que a sua chamada seja feita em inglês prima cinco, ou algo assim – e precisa desesperadamente de várias coisas. A saber, no meu caso, um pouco de humanidade, empatia, educação. Nada disso – Ligou para a unidade hospitalar X… e temos uma assistent
Uns quantos homens escreveram uns textos, que compilaram num livro, e convidaram um antigo primeiro-ministro para apresentar tão (in)digna obra, à laia de validação.
O Papa Francisco, Luiz Vaz de Camões e Sophia de Mello Breyner Andersen todos juntos? Pois, uma Santa trindade que Montenegro utilizou no discurso da tomada de posse para garantir o quê? A santidade de um estado laico?
O mundo é uma enorme burla. Os esquemas para fazer dinheiro dão para tudo, das grandes conspirações às pequenas saídas de chico-esperto que o cidadão comum, na sua vidinha, opta por fazer (não pedir factura para evitar o IVA também conta, sim).
Façamos a pergunta: porque é o jornalismo essencial para os direitos das mulheres? A resposta é mais alargada: o jornalismo é crucial para mantermos os direitos de todos nós. Os conquistados e os por adquirir. O desempenho ético do jornalismo radiografa a sociedade, promove o debate de ideais, desve
Não vale a pena chorar, até porque o leite derramado talvez estivesse demasiado azedo para consumo. As eleições de domingo mostraram que a mudança é inevitável e que temos um país dividido (pouco esclarecido, na opinião de alguns), mas a democracia é isto: fomos a votos, a abstenção mantém-se elevad
Em 2019, a Maria Teresa e eu começámos a debater a ideia de escrever uma biografia com a sua colaboração. A Desobediente (edição Contraponto) está nas livrarias e celebra a vida e obra da poetisa e escritora, mas não é uma autobiografia. As opções feitas são da minha responsabilidade, sem orientação
Somos, ainda agora, o país que não pode ouvir uma família de palavras em particular: terapia, psicólogo, psiquiatra... entre outras que derivam do mesmo domínio.
Infelizmente, em política, a coisa funciona muito na base tudo e o seu contrário. Se mantivermos alguma coerência de pensamento e o fio condutor cronológico certo, percebemos que esta campanha eleitoral é exemplo disso mesmo.
Nenhum dos protagonistas da campanha legislativa está ralado com a Cultura ou com as Artes. Não é tema. Na verdade, nunca foi. A Cultura é sempre o parente pobre e talvez isso explique o estado a que chegámos. Sem Cultura – que é o mesmo que dizer sem educação, pelo menos na minha perspectiva – não
Quanto tempo estamos disponíveis para ouvir os políticos? Em que medida estamos interessados nos debates? Em poucos minutos sabemos o quê, além de duas ou três frases proferidas para o efeito mediático? E por que carga de água temos de dar mais tempo de antena aos comentadores do que aos protagonist
A minha mãe é celíaca. Teve um diagnóstico tardio e, ao contrário do que eu imaginei então, adaptou-se com disciplina e relativa facilidade. A minha mãe entra numa pastelaria e não come nada do que estamos habituados a pedir ao balcão: tostas, rissóis, camarões, bolos e bolinhos? Não dá. Tudo tem fa
Um grande amigo acordou com esta frase e partilhou-a com os que estão à sua volta. A ignorância, a iliteracia, a opção pelo caminho cómodo e preguiçoso de adoptar o pensamento alheio, a não promoção de pensamento, tudo isto é cada vez mais português. Lamentavelmente vivemos dias em que brio, o mérit