O Sindicato Nacional Do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) informou que a greve em três dias se mantém porque as conversas “verificaram-se infrutíferas, uma vez que a Ryanair não aceita aplicar a Lei Portuguesa” nomeadamente os direitos inscritos na Constituição e no Código de Trabalho, como a parentalidade.
O sindicato pretende ainda que a empresa pare com os “processos disciplinares porque não se atingiram quotas de vendas a bordo”, assim como deixar de considerar uma baixa médica por doença como uma falta injustificada.
“Onde anda o Estado português que permite que os seus sejam desrespeitados no seu próprio país? Onde anda o Governo que se diminui ao ponto de sustentar uma empresa que ignora as leis portuguesas?”, questiona o SNPVAC.
O sindicato garantiu ainda que “ao contrário do Governo, os tripulantes de cabine da Ryanair dão-se ao respeito e exigem os seus direitos básicos”.
“E nem a vil ameaça de encerrar as bases em Portugal nos assusta”, sublinham no comunicado.
Às questões colocadas pela agência Lusa sobre a paralisação neste período de Páscoa, a Ryanair referiu apenas: “Não comentamos sobre rumores ou especulação”.
Em 21 de fevereiro, o presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary, afirmou acreditar que a greve dos tripulantes de cabine na Páscoa “não avança” por os profissionais estarem “satisfeitos”, criticando a atuação do SNPVAC, que marcou a paralisação.
Falando sobre as acusações feitas, de que a companhia aérea de baixo custo não cumpre a legislação laboral portuguesa e tem vindo a deteriorar as condições de trabalho nos últimos anos, Michael O’Leary vincou que “as condições até têm vindo a melhorar”.
“Os nossos tripulantes de voo estão a ter direito a folgas no final de cada semana e a aumentos nos salários que resultam em mais 25 a 45 euros por ano”, destacou, referindo que estes acréscimos são de quase 20%.
Michael O’Leary rejeitou as acusações de pressões aos trabalhadores da empresa, instando a que, “se existem provas de 'bullying', se apresentem casos”, e criticou também o facto de o SNPVAC ter recentemente recusado reunir-se em Dublin, na Irlanda, onde fica a sede da empresa.
Ainda assim, o responsável admitiu que, “se a greve for avante, haverá voos cancelados”.
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