“Há escolas que não abriram um pouco por todo o país, principalmente as do 1.º Ciclo, que é onde existe um número mais reduzido de funcionários”, afirmou o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima.

Segundo a mesma fonte, encerraram também escolas do 2.º e 3.º Ciclos e secundárias, embora a paralisação tenha afetado mais o pré-escolar e o 1.º Ciclo.

“Os funcionários são tão poucos que faltando um faz logo diferença”, acrescentou o dirigente associativo.

Também o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, confirmou à Lusa o encerramento de muitas escolas, incluindo a escola que dirige (Serpa Pinto), em Cinfães.

“Os funcionários já são poucos, faltando algum já não há condições e a escola tem de fechar”, referiu.

Sindicato estima adesão de 90% em serviços como escolas e hospitais

A adesão dos trabalhadores da administração pública afetos ao sindicato independente que convocou a greve ronda os 90%, principalmente em escolas, hospitais e serviços da Autoridade Tributária e Instituto dos Registos e do Notariado.

Questionado pela Lusa sobre o ponto de situação da paralisação marcada para hoje, o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Serviços e de Entidades com Fins Públicos (STTS), Mário Rui, referiu que, “neste momento, a indicação é de 90% a nível nacional”.

Os serviços públicos nos setores da educação, saúde, Autoridade Tributária e Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) são os que têm tido uma maior adesão, detalhou.

O presidente do STTS, que convocou esta greve, tinha indicado anteriormente à Lusa que era esperada uma "adesão em massa", principalmente nestas áreas.

"A greve é nacional, para todos trabalhadores, independentemente do vínculo e da carreira", recordou Mário Rui, salientando que na educação, por exemplo, estão abrangidos assistentes operacionais, técnicos auxiliares, assistentes técnicos e professores, enquanto na saúde poderão aderir à greve profissionais como médicos, enfermeiros, técnicos auxiliares de saúde e assistentes operacionais.

O dirigente sindical salientou que é esperada uma adesão maior do que a que se verificou em fevereiro, na última greve, apontando que já existe um maior interesse por parte dos trabalhadores, que tiram dúvidas e têm acesso a mais informação.

O STTS convocou esta greve devido à degradação das condições de trabalho e falta de valorização.

Num comunicado, a estrutura sindical disse que os trabalhadores da administração pública estão “fartos de baixos salários, de desvalorização das carreiras, de promessas vazias e de uma gestão que não reconhece a importância dos serviços públicos para a sociedade”.