O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, disse hoje à Lusa que a seca severa que se vive Portugal é "muito preocupante", mas acredita que não faltará água em nenhuma torneira do país.
O Ministério da Agricultura alargou o âmbito das medidas de apoio aos agricultores afetados pela seca a concelhos dos distritos de Santarém e de Faro, disse à Lusa fonte oficial.
Sessenta por cento de Portugal continental estava no final de agosto em situação de seca severa e extrema, menos 20 por cento do que no final de julho, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
A associação ambiental Quercus quer travar a agricultura intensiva de regadio, que apresenta consumos elevados de água, para combater os cenários de seca, hoje e no futuro, que serão "cada vez mais graves e frequentes".
O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, admitiu hoje alargar os apoios para captação e fornecimento de água a animais a todo o território. Hoje também, o primeiro-ministro anunciou um programa para criar 90 mil hectares de regadio no país.
A seca está a provocar a diminuição dos caudais dos rios e a substituição da água doce por água salgada, que afeta terrenos agrícolas e mesmo aquíferos, alertam especialistas ouvidos pela Lusa.
A barragem da Vigia, no concelho de Redondo (Évora), vai ser a primeira a acolher, na próxima semana, a operação de remoção de 150 toneladas de peixe decidida para quatro albufeiras no Alentejo, devido à seca.
O abastecimento público de água está a ser realizado com recurso a autotanques dos bombeiros em cerca de 10 pequenas povoações do Alentejo, distribuídas por oito concelhos, devido à seca, revelou hoje o Governo.
Um total de 150 toneladas de peixes vai ser retirado de quatro albufeiras no Alentejo, a partir do início da próxima semana, devido à seca e para não prejudicar a qualidade da água, revelou hoje o Governo.
A aldeia de Bencatel, no concelho de Vila Viçosa (Évora), com cerca de 1.700 habitantes, está com problemas de falta de água há duas semanas, devido à seca, disse hoje o presidente da Junta de Freguesia, José Rosado.
Os habitantes de 17 concelhos do Alentejo vão começar a receber nas suas casas, esta semana, folhetos a apelar ao uso racional da água, no âmbito de uma campanha de sensibilização agora lançada, devido à seca.
A seca obrigou a Casa Agrícola Alexandre Relvas (CAAR), sediada em Redondo (Évora), a antecipar as vindimas, que começaram no início deste mês, e o produtor espera uma quebra de produção, mas “boa qualidade” dos vinhos.
Os produtores de ovinos de Raça Churra Mirandesa mostram-se apreensivos em relação ao futuro, tendo em conta a seca que se faz sentir e que está a prejudicar as explorações devido à escassez de alimento para o gado.
Vindo de Lisboa, Hugo Monteiro fixou-se no interior do Alentejo, em Serpa, para produzir ervas aromáticas e não se arrepende da “aventura”, mas, com a seca que fustiga a região, aprendeu uma nova palavra de ordem: “resistir”.
O Governo garantiu hoje ter medidas de apoio aos agricultores afetados pela seca, como pagamento antecipado de apoios, autorização para animais pastarem em áreas interditas e reabertura de candidaturas para captação de água para o gado.
A Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA) advertiu hoje para uma possível “calamidade” se o próximo inverno for seco, porque mais de uma centena de municípios depende de captações precárias de água que poderão secar.
O Governo "não antecipa grandes problemas" no abastecimento de água à população devido à seca e espera bons resultados também nas culturas, mas há responsáveis a falar de uma "situação cada vez mais grave".
Os agricultores do perímetro de rega da albufeira da Vigia, no concelho de Redondo, distrito de Évora, estão a reduzir os consumos de água nas suas culturas, devido à seca, para salvaguardar o abastecimento público.
Quase 79% de Portugal continental encontrava-se em julho em situação de seca severa e extrema, segundo o boletim climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, que caracterizou aquele mês como “quente e muito seco”.
O Governo reconheceu hoje a existência de uma situação de seca severa no território continental, desde 30 de junho, que consubstancia um fenómeno climático adverso, com repercussões negativas na atividade agrícola, em despacho publicado hoje em Diário da República.
Portugal dispõe, a partir de hoje, de um Plano de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, que contempla um conjunto de medidas preventivas deste fenómeno, que regista os piores níveis desde 1995.
O presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, afastou hoje um cenário de falta de água para abastecimento à cidade como aconteceu em períodos de seca anteriores, mas apela à população para moderação nos consumos.
A Associação Distrital de Agricultores de Castelo Branco (ADACB), que tem sede no Fundão, exigiu hoje publicamente medidas de apoio que permitam fazer face aos efeitos negativos e aos prejuízos provocados pela seca prolongada