No final do mês de agosto, mantinha-se a situação de seca meteorológica em todo o território continental: 58,9% do território estava em seca severa, 37,8% em seca moderada, 2,6% em seca fraca e 0,7% em seca extrema, segundo informação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Perante este cenário, a Quercus afirma que "a agricultura é o setor com maior peso no volume de água consumido a nível nacional, representando cerca de 75%", considerando que este peso poderia ser menor "se não fosse a excessiva aposta nas culturas agrícolas intensivas de regadio, assentes no uso de pesticidas que empobrecem os solos e contaminam os aquíferos".
Por isso, a associação considera que esta opção, em detrimento das culturas agrícolas de sequeiro, "é muito questionável para o futuro quando a grande maioria dos cenários aponta para períodos de seca cada vez mais acentuados" em Portugal.
Para a Quercus, "é importante não desvalorizar a gravidade da situação que o país atravessa, sendo urgente tomar medidas, não só ao nível dos efeitos que já se fazem sentir, mas também da adaptação a um novo cenário que se prevê ser, cada vez mais, a nova normalidade".
Nesse sentido, a Quercus defende que "Portugal tem de resolver este problema na raiz, apostando na agricultura menos dependente de grandes quantidades de água e privilegiando variedades autóctones, mais adaptadas ao nosso clima e mais resistentes aos futuros cenários de seca, que vão ser por certo, infelizmente cada vez mais graves e frequentes".
A associação ambientalista exige que o Governo, no âmbito da próxima revisão da Política Agrícola Comum (PAC), negoceie com Bruxelas "um reforço de apoios para uma agricultura mais sustentável, menos dependente de água e mais bem preparada para o futuro do país.
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