Barricadas tomaram conta hoje de Maputo, com ruas e avenidas centrais praticamente sem viaturas, ocupadas por manifestantes, pedras, contentores do lixo, ferros, paus e tudo o que permita bloquear a passagem, em mais uma ação de protesto pós-eleitoral.
A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal força da oposição, disse hoje esperar que o Conselho Constitucional (CC) proclame o partido e o seu líder como vencedores do escrutínio de 09 de outubro, assegurando que recebeu "voto rural".
A União Europeia (UE) condenou hoje a "utilização excessiva de força" e exigiu o fim da "repressão violenta das manifestações" em Moçambique, depois das "imagens chocantes" de um veículo militar a atropelar uma mulher.
O Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), que apoia a candidatura de Venâncio Mondlane, exigiu hoje a instauração de processos-crime contra os militares que atropelaram uma jovem durante protestos de quarta-feira em Maputo.
O primeiro-ministro prometeu hoje ao secretário-geral das Nações Unidas o empenho do Governo português em garantir "contenção, capacidade de diálogo" e trabalho para que não haja uma escalada de violência em Moçambique.
As Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) assumiram hoje terem atropelado uma jovem na capital moçambicana, esclarecendo que o veículo encontrava-se "numa missão de proteção de objetos económicos" contra manifestantes e que a vítima foi socorrida.
O centro de Maputo vive esta manhã momentos de caos, com dezenas de manifestantes a apedrejarem viaturas da polícia, entre ruas totalmente bloqueadas, depois de uma jovem ter sido atropelada por militares, quando protestava no centro da avenida Eduardo Mondlane.
A Associação Nacional dos Professores disse hoje à Lusa que o pagamento das horas extraordinárias já começou, mas que o congelamento das notas em Moçambique vai prevalecer até, pelo menos, o pagamento total da dívida de 2023.
Um grupo de académicos e ativistas moçambicanos defendeu hoje, após uma reunião com o presidente, que a tensão pós-eleitoral que o país atravessa deve servir de oportunidade para "refundar o Estado", pedindo um debate mais holístico.
A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder) confirmou hoje a presença do candidato presidencial Daniel Chapo na reunião agendada pelo Presidente moçambicano, terça-feira, com os quatro que concorreram, para abordar o momento pós-eleitoral.
A Human Rights Watch (HRW) denunciou hoje que pelo menos dez crianças foram mortas pela polícia moçambicana e "centenas" foram detidas durante as manifestações pós-eleitorais em todo o país desde 24 de outubro.
A plataforma eleitoral Decide estimou hoje que 27 pessoas morreram na última semana, mais de metade em Maputo, nas manifestações contra os resultados das eleições moçambicanas de outubro, além de 39 baleados e 198 detidos.
Moçambique é um dos países onde a perseguição aos cristãos se intensificou desde junho de 2022, registando-se um aumento dos relatos de ataques de jihadistas contra comunidades cristãs, aponta o relatório "Perseguidos e Esquecidos?", da Fundação AIS.
O líder da oposição moçambicana pediu aos seus apoiantes três dias de luto, a partir de quarta-feira, pelas 50 pessoas que, segundo ele, foram mortas pelas forças de segurança durante as manifestações que se seguiram às contestadas eleições gerais de outubro.
O presidente do partido Revolução Democrática (RD), Vitalo Singano, dissidente da Renamo, está acusado de "conspiração" num crime de "alteração violenta do Estado de direito", que visa também o candidato presidencial Venâncio Mondlane, segundo a Procuradoria-Geral da República moçambicana.
O presidente Renamo, Ossufo Momade, principal partido da oposição de Moçambique, exigiu hoje a “anulação imediata” das eleições de 09 de outubro e a criação de um “governo provisório”, até que se façam novas eleições.
Pelo menos 25 pessoas morreram e outras 26 foram baleadas em cinco dias de manifestações de contestação dos resultados das eleições gerais em Moçambique, indica uma atualização da plataforma eleitoral Decide.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, apelou hoje à contenção por parte das autoridades moçambicanas e pediu que seja possível a "expressão das diversas opiniões".
Cerca de meia centena de pessoas manifestaram-se hoje em Lisboa pelos direitos do povo moçambicano e contra uma alegada fraude nas eleições de outubro, defendendo que "o momento da revolução de Moçambique chegou".
A plataforma eleitoral Decide estimou hoje que 22 pessoas morreram, mais de metade em Maputo, em três dias de manifestações de contestação aos resultados das eleições gerais moçambicanas de 09 de outubro, além de 23 baleados e 80 detidos.
Algumas dezenas de professores manifestaram-se hoje no centro de Maputo, de bata e com reivindicações da classe, exigindo justiça, mas a polícia ainda tentou travar a marcha com disparos de gás lacrimogéneo, após levar cinco docentes à esquadra.
A Missão de Observação Eleitoral da CPLP a Moçambique testemunhou contagem errada de votos e indícios de eleitores que votaram várias vezes, "condicionando negativamente a transparência e credibilidade do processo", segundo o relatório final a que Lusa teve acesso.
Pelo menos 11 pessoas morreram e outras 16 foram baleadas desde quarta-feira em três províncias moçambicanas nas manifestações de contestação de resultados das eleições gerais de 09 de outubro em Moçambique, indica a plataforma eleitoral Decide.
O consulado-geral de Portugal em Maputo apelou hoje a "cuidados de segurança redobrados" dos cidadãos portugueses nos próximos dias, face à convocação de novas manifestações pós-eleitorais na capital até sexta-feira.