“Podemos dizer que há um avanço, particularmente no plano do compromisso com o Governo do PS”, afirmou Jerónimo de Sousa relativamente ao aumento do IRC e do fim do corte de 10% no subsídio de desemprego, na sede do PCP, em Lisboa, após um encontro com a Intervenção Democrática (ID).
Apesar de “não jurar a pés juntos”, o secretário-geral dos comunistas portugueses afirmou que “existe grande abertura” da parte do executivo para acolher as duas propostas quanto ao aumento do IRC e do fim do corte de 10% no subsídio de desemprego, decretado pelo Governo PSD-CDS.
Jerónimo de Sousa lembrou que ainda está em curso o debate na especialidade do Orçamento do Estado em que estas duas questões serão decididas, antes da votação final global do Orçamento, em 27 de novembro.
O PCP, que votou a favor do Orçamento na generalidade, no parlamento, afirmou que o balanço é positivo, garantindo que não há medidas "em que se volte atrás".
"Muitas [medidas no orçamento] são insuficientes e limitadas, mas são avanços", afirmou, justificando que a aprovação do OE2018 com o voto do PCP é um "contributo do PCP" para "melhorar a vida do povo".
Jerónimo de Sousa criticou o PS por ser "mais papista que o papa" quanto ao cumprimento do défice orçamental, acrescentando que bastaria uma pequena fatia do défice - 0,1 a 0,2% - para ter 600 milhões de euros e investir não só na resolução dos problemas causados pelos incêndios, mas também para desenvolver o país, aumentando a produção nacional.
Antes, João Vicente, da ID, afirmou a sua preocupação por poderem existir retrocessos quanto ao Orçamento, mas disse confiar no seu parceiro na CDU para ultrapassar.
"Receamos que a recuperação de direitos e rendimentos não prosssiga no ritmo que deveria", disse João Vicente.
Notícia atualizada às 14h30: Corrige no título IRS para IRC
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