Em conferência de imprensa, após o ‘Captain’s Run’ no Stadium de Toulouse, o assistente de Patrice Lagisquet vincou que todos os elementos do grupo têm sido “diretos desde o início”, que “quase ganhar não é o destino” desejado pelo grupo e que este não foge “dessa responsabilidade, que é um dos objetivos”.
“Queremos ganhar. Se o vamos conseguir? Não sabemos. Vamos fazer por isso? Sim! Não queremos só dar um bom espetáculo e quase ganhar. Não é o objetivo. Esse é, sem tirar os pés do chão e percebendo que vamos jogar contra uma equipa que tem qualidades brutais a nível individual e coletivo, ganhar o jogo”, atirou o técnico.
Questionado sobre as previsíveis emoções de um encontro que marca a despedida de alguns jogadores e também do selecionador, Mirra afirmou que o próprio Patrice Lagisquet “ficaria chateado” se a equipa tirasse “o foco da competição durante os 80 minutos”.
“O foco tem de ser competitividade máxima. Não somos grandes o suficiente para tirar o pé do acelerador. Então, contra estas equipas, quando se tira o pé do acelerador, acontece o que aconteceu contra a Austrália: em 10 minutos leva-se três ensaios”, advertiu.
E foi com o objetivo de assegurar que este jogo será abordado “como se fosse o primeiro”, ou seja, com “competitividade máxima”, que a equipa técnica teve de tomar “algumas decisões muito pesadas para alguns jogadores” ao escolher os 23 que vão a jogo com as Fiji.
Por isso, fez questão de “deixar uma palavra ao António Machado Santos, ao Simão Bento e ao Manuel Picão, que não vão jogar no Mundial”, apesar de serem “jogadores com um nível brutal”.
“Eles não precisam de palmadas nas costas. São homens e jogadores com uma capacidade e uma qualidade brutais, mas quero dar-lhes uma palavra de agradecimento, porque estiveram connosco até ao ‘Captain’s Run’ a pensar no coletivo e deixando as dores individuais de lado. Isso é bastante importante”, enalteceu João Mirra.
Ao lado do técnico, e questionados sobre como poderiam “surpreender” o selecionador Patrice Lagisquet, que afirmou na sexta-feira que espera que o grupo o consiga fazer mais uma vez, José Madeira e Diogo Hasse Ferreira concordaram que isso passa por dar o melhor a nível individual em prol do coletivo.
“Se queremos surpreender o Patrice [Lagisquet], mas também todos os portugueses que nos apoiam e as outras equipas, temos de tentar, individualmente, melhorar ao máximo para, depois, o coletivo poder retirar partido disso”, apontou José Madeira.
Hasse Ferreira, por sua vez, acrescentou que todos os jogadores continuam a “trabalhar para serem a sua melhor versão do minuto zero ao 80”.
“Vamos sempre tentar dar a melhor versão de nós próprios. Assim como os treinadores e toda a gente que está envolvida. Dar uma boa surpresa ao Patrice [Lagisquet], mas também a nós próprios, seria cometermos menos erros do que na última vez. Isso será uma agradável surpresa para todos”, definiu o primeira linha.
A seleção portuguesa de râguebi defronta as Fiji no domingo, em encontro da quinta e última jornada do Grupo C do Mundial de râguebi França2023, com início previsto para as 20:00 (hora de Lisboa), no Stadium de Toulouse, e arbitragem do galês Luke Pearce.
Portugal ocupa o último lugar do Grupo C, com dois pontos, após ‘folgar’ na primeira jornada, perder com o País de Gales (28-8) na estreia na competição, empatar com a Geórgia (18-18) na terceira ronda e sair novamente derrotado, no domingo, frente à Austrália (34-14). O Campeonato do Mundo de râguebi França2023 teve início em 08 de setembro e disputa-se até 28 de outubro.
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