
Uma das reedições é “A Escolha de Sofia”, de William Styron, sobre um casal em luta contra os seus demónios – uma polaca católica sobrevivente de Auschwitz e um judeu perturbado -, obra adaptada ao cinema em 1982, com Meryl Streep.
A outra reedição da Livros do Brasil intitula-se “Desconhecido Nesta Morada”, de Kathrine Kressmann Taylor, uma das primeiras obras a denunciar a perversidade do nazismo, escrita sob a forma de cartas entre um judeu americano, proprietário de uma galeria de arte em San Francisco, e o seu antigo sócio, que regressara à Alemanha.
A Antígona traz este mês “Nós, Filhos de Eichmann” (1988), de Günther Anders, que reúne duas cartas – a primeira escrita no rescaldo da leitura de “Eichmann em Jerusalém” (1963), de Hannah Arendt, e a segunda nos anos 1980 – dirigidas ao filho mais velho do homem responsável pela logística das deportações para os campos nazis de extermínio.
A outra novidade da editora é a publicação de “A paz das colmeias”, da escritora e jornalista Alice Rivaz (1901-1998), o diário de uma mulher em busca de emancipação, que reflete sobre a dominação masculina e as relações entre os sexos, obra que antecipou os debates do feminismo moderno, sem militância nem moralismos.
A Almedina publica, nas Edições 70, “A Noite do Poder - A Traição ao Médio Oriente”, obra póstuma do jornalista britânico Robert Fisk, correspondente no Médio Oriente, que, das revoltas árabes e da guerra civil síria até aos conflitos de Israel com a Palestina e o Líbano, condena a hipocrisia e a interferência do Ocidente, sem receio de criticar a autoridade e de desvendar a verdade, criando uma narrativa que conjuga jornalismo com análise histórica e relatos de testemunhas oculares.
“Gonçalo M. Tavares: Uma mesa de pingue-pongue e um pequeno lago”, conversa de do escritor com José Jorge Letria, integrada na coleção o fio da memória, conjunto de entrevistas de Letria a personalidades das artes e da cultura em Portugal, é uma das novidades da Guerra e Paz, que vai também lançar “No fio inconstante dos dias: Memórias de uma vida flutuante”, de Shen Fu, um clássico da literatura universal, pela primeira vez em língua portuguesa.
No planeamento editorial da Relógio d’Água está a publicação de mais uma obra de Ana Teresa Pereira, “Have Ya Got Any Castles, Baby”, bem como o livro “Tonho e as Almas”, de Jaime Rocha.
Na literatura internacional, o destaque vai para N.K. Jemisin, autora de ficção especulativa e fantasia, de quem será publicado “O céu de pedra”, terceiro livro da série “Terra Fraturada” - vencedor do Hugo Award 2018 e do Nebula Award 2018 na categoria de melhor romance -, que foi antecedido por “O portal dos obeliscos” e “Quinta estação”.
No que diz respeito a clássicos, a Relógio d’Água vai publicar “Bouvard e Pécuchet" e "Dicionário das ideias feitas”, de Gustave Flaubert, bem como “Zipper e o seu pai, de Joseph Roth, além de mais um livro da escritora italiana Natália Ginzburg, “Nunca me perguntarás”.
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