“Eu até posso parecer, mas não sou da Polícia Judiciária e, portanto, aquilo que eu tinha a dizer já o disse. É uma matéria que está em segredo de justiça. Fui ao parlamento pela quarta, quinta ou sexta vez sobre esta questão. Não havendo nada a assinalar, não há nada a assinalar”, adiantou, em declarações aos jornalistas.
Azeredo Lopes falava à margem da cerimónia de atribuição da certificação da base aérea das Lajes, na ilha Terceira, nos Açores, para a utilização permanente pela aviação civil.
Questionado sobre a possibilidade de existir material militar por recuperar, na sequência do roubo que ocorreu em junho de 2017 em Tancos, o ministro defendeu a necessidade de deixar decorrer a investigação.
“Deixemos o que está em curso, que é a investigação criminal, seguir adiante e oxalá – é a minha esperança – não haja demasiadas violações do segredo de justiça”, frisou.
Na semana passada, numa audição no parlamento, Azeredo Lopes afirmou que não teve conhecimento da “alegada discrepância” quanto à recuperação do material militar furtado em Tancos, acrescentando que aguardava “calmamente” uma “aclaração” por parte do Ministério Público.
O ministro foi questionado pelo deputado do PSD Pedro Roque, que se referiu a notícias do jornal Expresso, dizendo que "continua a monte e à solta" material furtado em Tancos, em junho do ano passado, que "aparentemente todos julgavam" que tinha sido recuperado, já que em outubro foi divulgado que o material foi encontrado "à exceção de munições de 9 mm".
O furto de material militar dos paióis de Tancos - instalação entretanto desativada - foi detetado em 28 de junho de 2017 durante uma ronda móvel, pelas 16:30, por um sargento e um praça ao serviço do Regimento de Engenharia 1.
Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e grande quantidade de munições.
Em 18 de outubro passado, a Polícia Judiciária Militar disse ter recuperado, na zona da Chamusca, quase todo o material militar que tinha sido furtado da base de Tancos no final de junho, à exceção das munições de 9 milímetros.
Contudo, entre o material encontrado, num campo aberto na Chamusca, num local a 21 quilómetros da base de Tancos, havia uma caixa com cem explosivos pequenos, de 200 gramas, que não constava da relação inicial do que tinha sido roubado, o que foi desvalorizado pelo Exército e atribuído a falhas no inventário.
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