O advogado está hoje a participar “enquanto cidadão” na marcha branca pela enfermagem que junta milhares de pessoas em Lisboa.
Segundo o advogado, estão a ser ultimadas participações a nível internacional que deverão ser entregues junto da Organização Internacional do Trabalho e ao Conselho da Europa por “violação do direito à greve e do direito à atividade sindical”.
Em causa, está a atuação sobre os enfermeiros nas duas greves cirúrgicas, que motivaram uma requisição civil por parte do Governo e a homologação de um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) a considerar a paralisação ilícita.
Para Garcia Pereira, a requisição civil funciona como uma espécie de “balão de ensaio”, que suporta teorias que se passarem incólumes farão com que o direito à greve acabe.
No entender do advogado, a luta dos enfermeiros é também um movimento pela democracia.
“Prezo-me de apoiar a luta dos enfermeiros. Têm sido sistematicamente massacrados, ignorados e nos últimos tempos injuriados”, afirmou à Lusa.
Milhares de enfermeiros estão hoje à tarde a participar numa marcha pela enfermagem em Lisboa, um desfile que está “a mostrar a união” da classe, segundo organizadores e apoiantes.
Uma larga maioria de participantes respondeu ao apelo do movimento e enverga t-shirts e outra roupa branca, e usa cravos da mesma cor.
O desfile de hoje coincide com o Dia da Mulher e será também uma forma de assinalar “uma das figuras centrais da enfermagem”, Florence Nightingale, enfermeira que no século XIX mudou o paradigma da profissão, tendo sido considerada pioneira no tratamento a feridos de guerra, durante a Guerra da Crimeia.
Alguns sindicatos, como a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), convocaram para hoje uma greve nacional de enfermeiros para permitir a participação de mais profissionais no desfile.
Esta marcha ocorre depois de um período de especial contestação por parte dos enfermeiros, que se traduziu em duas greves em blocos operatórios e a um braço de ferro com o Governo, sobretudo depois de ter sido decretada uma requisição civil com o objetivo de travar a segunda paralisação.
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