Este domingo o Hamas comunicou as identidades das três reféns libertadas na sequência do cessar-fogo que entrou hoje em vigor em Gaza.
Tratam-se de Romi Gonen, de 24 anos, Emily Damari, de 28 anos, e Doron Steinbrecher, de 31 anos. Em troca, Israel liberta cerca de 90 detidos.
Damari e Steinbrecher foram raptados das suas casas no Kibutz Kfar Aza durante o massacre de 07 de outubro, enquanto Gonen foi raptada do festival de música Nova, outro dos epicentros do ataque das milícias palestinianas a Israel que desencadeou a guerra de Gaza.
Durante o ataque, Romi Gonen, natural do norte de Israel, tentou fugir de carro, a jovem ligou para a mãe, Merav Leshem Gonen, que tentou acalmá-la, enquanto ouvia as explosões ao fundo. O carro foi encontrado vazio e o telemóvel de Gonen foi localizado em Gaza. Gonen, dançarina e coreógrafa, foi ferida na mão, contou a sua mãe, acrescentando que a informação lhe foi dada por outros reféns entretanto libertados.
Emily Damari, cujo pai é israelita, nasceu em Israel depois da sua mãe, de nacionalidade britânica, se mudar para o país. Damari cresceu em Kfar Aza, um kibutz no sul de Israel, perto da fronteira com Gaza. A jovem estava em casa quando combatentes armados do Hamas invadiram a habitação.
Doron Steinbrecher é veterinária e também foi sequestrada em Kfar Aza. No dia do ataque, Steinbrecher deixou uma mensagem aos seus pais a dizer que tinha sido sequestrada. A mulher, que tem dupla nacionalidade, israelita e romena, apareceu num vídeo ao lado de outros dois reféns. Este vídeo foi divulgado pelo Hamas em janeiro de 2024.
A libertação
A libertação estava marcada para as 14h00 de Lisboa (16h00, hora local) e pouco depois da hora marcada um helicóptero do Crescente Vermelho (equivalente à Cruz Vermelha) dirigiu-se a Gaza para efetuar o transporte das reféns para Israel.
Pelas 14h47 de Lisboa, Al Arabiya anunciou que o Hamas já tinha entregado à Cruz Vermelha as três reféns israelitas.
Mas só pelas 15h12 de Lisboa é que o Hamas confirmou oficialmente esta informação. Poucos minutos depois, esta informação era confirmada por fontes israelitas.
Às 15h17 a Cruz Vermelha confirmava que as reféns estavam sob a sua custódia, de boa saúde, e a caminho para junto de forças militares israelitas em Gaza.
Ao mesmo tempo, em Israel, imagens em direto davam conta dos preparativos para a saída de detidos palestinianos, o que só tem lugar após a libertação destas reféns.
De volta a Israel, as três reféns vão ser recebidas apenas pelas suas mães e diretamente transportadas para uma unidade hospitalar, onde uma equipa de médicos as aguarda para realizar uma bateria de testes. Depois, equipa de psicólogos irá ajudá-las nesta fase de transição, com vista a preparar o momento em que voltarão a reunir-se com as suas famílias, em casa. As reféns manter-se-ão longe da imprensa e dos holofotes até recebem cuidados médicos e apoio psicológico.
Outros quatro reféns israelitas serão libertados nos próximos sete dias.
No âmbito do acordo de cessar-fogo, o Hamas concordou em libertar três mulheres reféns no primeiro dia, quatro no sétimo dia e as restantes 26 nas cinco semanas seguintes. Todos os prisioneiros que constam da lista da primeira fase são jovens ou mulheres.
Os restantes, incluindo soldados do sexo masculino, serão libertados numa segunda fase que será negociada durante a primeira.
Em troca, Israel aprovou a libertação de centenas prisioneiros e detidos palestinianos. A lógica é que sejam libertados 30 detidos palestinianos por cada civil israelita libertado, e 50 detidos por cada mulher militar.
Israel vai libertar todas as mulheres e crianças palestinianas com menos de 19 anos até ao final da primeira fase.
O conflito em curso foi desencadeado por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou quase 47 mil mortos, segundo as autoridades palestinianas, na maioria civis, segundo as autoridades palestinianas, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
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