O cessar-fogo entre Israel e o Hamas arrancou este domingo, 19 de janeiro, às 11h15 (9h15 em Lisboa).

Após longas negociações, o acordo de tréguas prevê três fases. A primeira, com seis semanas, será marcada pela libertação de reféns e prisioneiros israelitas e palestinianos, uma retirada parcial de Israel da Faixa de Gaza e a entrada de ajuda humanitária na região. A segunda fase prevê a troca de soldados e uma retirada total de Israel. A terceira é já de olhos postos na reconstrução.

A Reuters fez um apanhado das datas que marcaram este conflito:

07 de outubro de 2023: um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, fez cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns. Começam de imediato os bombardeamentos de retaliação por parte de Israel a Gaza, assim como um cerco total ao enclave.

08 de outubro de 2023: Hezbollah dispara sobre Israel, dizendo que os ataques são em solidariedade para com os palestinianos em Gaza.

13 de outubro de 2023: Israel diz à população de Gaza para se deslocar para sul, para dar início ao processo de uma incursão territorial.

19 de outubro de 2023: Houthis envolvem-se no conflito, lançando drones e mísseis contra Israel a partir do Iémen.

21 de outubro de 2023: É autorizada a passagem de camiões de ajuda humanitária através da passagem de Rafah, no Egito.

27 de outubro de 2023: Arranca a ofensiva israelita por terra em Gaza.

15 de novembro de 2023: Tropas israelitas entram no hospital de Al Shifa, depois de um cerco de vários dias. No espaço de semanas, todos os hospitais que servem o norte de Gaza deixam de funcionar.

21 de novembro de 2023: É anunciada uma trégua de sete dias para a libertação de reféns e o conflito é retomando no primeiro dia de dezembro.

4 de dezembro de 2023: Começa o primeiro grande assalto israelita ao sul de Gaza, com especial incidência em Khan Younis.

26 de janeiro de 2024: Tribunal Internacional de Justiça pede a Israel que evite um genocídio.

29 de fevereiro de 2024: Mais de 100 palestinianos em Gaza são mortos enquanto fazem fila para receber ajuda humanitária na presença de tropas israelitas.

7 de março de 2024: Joe Biden anuncia que os EUA estão a construir um porto flutuante para conseguir fazer chegar ajuda humanitária a Gaza. O porto foi instalado em maio e esteve em funcionamento até julho, sem porém conseguir contrariar a escassez vivida em Gaza.

1 de abril de 2024: A embaixada iraniana em Damasco é atingida pelo que se suspeita ser um ataque aéreo israelita, matando vários oficiais. Teerão responde com o disparo de centenas de mísseis e drones contra Israel.

6 de maio de 2024: Hamas diz que concorda com uma proposta de cessar-fogo, mas Israel não aceita o texto. A par, Israel ordena aos civis que evacuam zonas de Rafah, junto à fronteira com o Egito, dando a Israel controlo de todas as entradas territoriais em Gaza.

2 de julho de 2024: Israel emite novas ordens de evacuação nas cidades a sul de Rafah e Khan Younis.

27 de julho de 2024: Um rocket o Hezbollah mata um grupo de 12 crianças e adolescentes nos montes Golã.

1 de agosto de 2024: Israel comunica a morte de Mohammed Deif, chefe do Estado-Maior do Hamas.

23 de agosto de 2024: Organização Mundial da Saúde confirma caso de poliomielite tipo 2 em Gaza, o primeiro em em 25 anos, paralisando um bebé.

17 de setembro de 2024: Tem lugar aquele que ficou conhecido como o "ataque dos pagers", ferindo centenas de membros do Hezbollah no Líbano.

28 de setembro de 2024: Ataque israelita em Beirute mata Hassan Nasrallah, um dos líderes do Hezbollah.

5 de outubro de 2024: Israel lança operação contra o Hamas no campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza.

16 de outubro de 2024: Israel mata Yahya Sinwar, considerado o líder da "linha-dura" do Hamas, numa troca de tiros em Rafah.

21 de novembro de 2024: O Tribunal Penal Internacional emite mandatos de captura contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, o líder do Hamas, Mohammed Diab Ibrahim Al-Masri (também conhecido como Mohammed Deif), cuja morte nunca foi confirmada. A acusação? Crimes contra a Humanidade em Gaza.

27 de novembro de 2024: Israel and Hezbollah chegam a acordo para um cessar-fogo no Líbano, no mesmo dia em que cai na Síria o governo de Bashar al-Assad, aliado do Hezbollah e do Irão.

15 de janeiro de 2025: Israel e Hamas chegam a acordo para um cessar-fogo em Gaza. Este acordo de tréguas prevê três fases.

19 de janeiro de 2025: Cessar-fogo entra em vigor na Faixa de Gaza.