Escreve a Reuters que a primeira fase do acordo prevê um cessar-fogo de seis semanas, que inclui:
- A retirada gradual de forças israelitas da zona central de Gaza e o regresso dos deslocados palestinianos ao Norte de Gaza;
- A entrada de 600 camiões de ajuda humanitária em Gaza todos os dias do cessar-fogo, 300 dos quais a Norte, onde a situação é mais díficil, e outros 50 com combustível;
- O Hamas vai vai libertar 33 reféns israelitas: três no primeiro dia do cessar-fogo (este domingo, pelas 14h00), quatro no sétimo dia e as restantes 26 pessoas nas cinco semanas seguintes;
- Estes prisioneiros incluem todas as mulheres (civis e soldados), crianças e homens acima dos 50 anos. A prioridade é de mulheres com menos de 19 anos, seguida de homens com mais de 50;
- Primeiro serão libertados os reféns israelitas com vida e só depois os que faleceram;
- O governo israelita aprovou a libertação de centenas prisioneiros e detidos palestinianos. A lógica é que sejam libertados 30 detidos palestinianos por cada civil israelita libertado, e 50 detidos por cada mulher militar;
- Israel vai libertar todas as mulheres e crianças palestinianas com menos de 19 anos até ao final da primeira fase;
- Dependendo do número de israelitas libertados, o número de detidos palestinianos libertados pode ir dos 900 aos 1.650, incluindo homens, mulheres e crianças;
- A implementação do acordo será garantida pelo Qatar, Egipto e os EUA.
O que se segue?
- A negociações para uma segunda fase começam ao 16.º dia desta primeira fase;
- A segunda fase deverá incluir a libertação de todos os reféns e prisioneiros israelitas, incluindo soldados, um cessar-fogo permanente e a retirada completa de Israel de Gaza;
- A terceira e última fase prevê o retorno de todos os mortos e a reconstrução de Gaza, também com supervisão do Qatar, Egipto e os EUA.
Um cessar-fogo que começou com atraso
Romi Gonen, Doron Steinbrecher e Emily Damari. Estes são os nomes da tão aguardada lista de reféns que fez adiar o início do cessar-fogo em Gaza, previsto para começar às 08h30 locais (06h30 em Lisboa).
Já passava das 7h00 quando se ouviram explosões no norte da Faixa de Gaza. Em Sderot, uma cidade israelita situada no extremo norte do território palestiniano, um jornalista da AFP testemunhou várias explosões e nuvens de fumo negro no setor de Beit Hanoun.
O cessar-fogo na Faixa de Gaza, que deveria começar às 08:30 locais (06:30 em Lisboa), foi adiado até que o Hamas entregasse os nomes dos três reféns a libertar este domingo.
O Hamas justificou o atraso a “razões técnicas no terreno”, sem fornecer mais detalhes.
O porta-voz do Hamas, Abu Obeida, divulgou então publicamente os nomes dos três reféns que serão libertados esta tarde: Romi Gonen, 24 anos, Emily Damari, 28 anos, e Doron Steinbrecher, 31 anos.
Damari e Steinbrecher foram raptados das suas casas no Kibutz Kfar Aza durante o massacre de 07 de outubro, enquanto Gonen foi raptada do festival de música Nova, outro dos epicentros do ataque das milícias palestinianas a Israel que desencadeou a guerra de Gaza.
O conflito em curso foi desencadeado por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou quase 47 mil mortos, na maioria civis, segundo as autoridades palestinianas, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
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