Já passava das 7h00 quando se ouviram explosões no norte da Faixa de Gaza. Em Sderot, uma cidade israelita situada no extremo norte do território palestiniano, um jornalista da AFP testemunhou várias explosões e nuvens de fumo negro no setor de Beit Hanoun.

O cessar-fogo na Faixa de Gaza, que deveria começar às 08:30 locais (06:30 em Lisboa), foi adiado até que o Hamas forneça os nomes dos três reféns a libertar esta tarde, confirmou Israel.

Em declarações aos 'media' locais, o porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, disse que o Hamas ainda não deu a Israel os nomes dos três reféns e que as forças armadas vão continuar a atacar a Faixa de Gaza até terem essa lista.

Também o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, avisou, uma hora antes da entrada em vigor do cessar-fogo, que o grupo islamita palestiniano ainda não tinha dado os três nomes, pelo que a trégua não seria por enquanto concretizada.

“O primeiro-ministro ordenou ao exército que o cessar-fogo, que deveria entrar em vigor às 08:30 (06:30 em Lisboa), não começará até que Israel tenha a lista dos reféns libertados, que o Hamas se comprometeu a dar”, disse o gabinete de Benjamin Netanyahu em comunicado.

O líder realizou uma reunião de segurança na noite de sábado para discutir a questão da lista.

O Hamas, por seu lado, manifestou-se hoje comprometido com o acordo de cessar-fogo, referindo que o atraso na sua entrada em vigor deve-se a “razões técnicas no terreno”, sem fornecer mais detalhes.

Netanyahu avisou entretanto que Israel não vai iniciar os preparativos para libertar os prisioneiros palestinianos sem os nomes dos reféns que deveriam ser libertados hoje.

Anunciado na quarta-feira pelos mediadores, o acordo visa, segundo o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani, conduzir a prazo a “um fim definitivo da guerra”, desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas palestiniano contra Israel em 07 de outubro de 2023, durante o qual os reféns foram raptados.

A primeira fase do cessar-fogo, repartida por seis semanas, prevê a cessação das hostilidades e a libertação de reféns detidos em Gaza em troca de prisioneiros palestinianos detidos por Israel.

O conflito em curso foi desencadeado por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou quase 47 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

Com Lusa