“Neste dia, em 46 serviços de dermatologia dispersos por todo o país irão ser disponibilizadas cerca de 2.000 consultas” e a possibilidade de fazer “rastreio de cancros da pele”, segundo a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), promotora da iniciativa, que conta com o apoio da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia e da Direção-Geral da Saúde.

Esta iniciativa é particularmente dirigida a pessoas com risco acrescido, sobretudo as de pele clara ou propensa a queimaduras, adultos que sofreram “escaldões” na infância ou adolescência, pessoas que passam demasiados tempo ao sol, que frequentam solários, que têm mais de 50 sinais na pele ou que com antecedentes pessoais ou familiares de cancro da pele e transplantados de órgãos

Em declarações à agência Lusa, o presidente da APCC, Osvaldo Correia, salientou a importância de todas as pessoas fazerem o autoexame, aconselhando os portugueses a consultarem o ‘site’ da associação, onde podem aprender a fazer o rastreio de cancro de pele e “saber o que valorizar”

“Todos temos sinais e à medida que passa o tempo temos mais”, sendo parte deles “herdados geneticamente”, disse o dermatologista, explicando que se deve estar principalmente atento aos sinais que surgiram na sequência de exposições prolongadas ao sol, de férias tropicais e queimaduras solares.

Osvaldo Correia adiantou que os adultos, e particularmente os homens, devem estar atentos às costas. “Peçam para fazer fotografias. Hoje o telemóvel deve ser uma ferramenta de vigilância de autoexame da família, fazendo imagens do tronco, à frente, a trás, dos lados e comparem de dois em dois meses”.

"Se houver uma lesão nova, que modificou ou é estranha (…) recorra ao dermatologista para esclarecer se é uma lesão de risco que tem que se tirar ou se é uma lesão emergente que não é preciso retirar”, aconselhou Osvaldo Correia.

Neste dia de alerta e luta contra os cancros da pele, estão assegurados rastreios em 46 serviços de dermatologia, que podem ser consultados em www.apcancrocutaneo.pt.

O rastreio realizado em 2017 detetou 101 casos de cancro de pele, sendo 19 casos de melanoma e 70 de carcinoma basocelular

Das 1.548 pessoas rastreadas no dia do Euromelanoma de 2017, com uma idade média de 52 anos e 60% mulheres, 43% evidenciavam lentigos celulares no tronco (manchas acastanhadas tipo sardas, mas mais largas), 10% queratoses actínicas (precursores potenciais de um tipo de cancro de pele) e 16% tinham nevos atípicos, um sinal irregular na cor e no contorno.

A incidência de cancros de pele tem aumentado mundialmente, estimando-se que sejam diagnosticados este ano em Portugal mais de 12.000 novos casos de cancros da pele e cerca de mil serão melanoma.