“Trinta e oito trabalhadores e empregados foram mortos e 102 outros ficaram feridos, segundo um balanço provisório da agressão americana à zona petrolífera de Ras Issa”, noticiou o canal de televisão Al-Massirah dos Huthis, citando as autoridades sanitárias de Hodeidah, cidade controlada pelos rebeldes no oeste do país.

O exército norte-americano anunciou na quinta-feira que tinha feito bombardeamentos que resultaram na destruição do porto petrolífero de Ras Issa, controlado pelos rebeldes Huthi no Iémen.

Imagens difundidas na madrugada de hoje pelo canal rebelde Al-Massira, apresentadas como as “primeiras imagens da agressão americana” contra o porto petrolífero, mostravam uma bola de fogo a iluminar a zona onde se encontram os navios, enquanto espessas nuvens de fumo se elevavam sobre o que parece ser um incêndio, escreve a AFP.

“As equipas de salvamento da defesa civil e os paramédicos estão a fazer tudo o que podem para procurar e retirar as vítimas e extinguir o fogo”, afirmou o porta-voz do Ministério da Saúde Houthi, Anees Alasbahi.

Segundo o Comando norte-americano para o Médio Oriente, “o objetivo destes ataques era atingir as fontes económicas do poder Huthi”.

“Os Estados Unidos tomaram (estas) medidas para eliminar esta fonte de hidrocarbonetos para os terroristas Huthi apoiados pelo Irão e privá-los das receitas ilegais que financiaram as ações dos Huthis para aterrorizar toda a região durante mais de uma década”, acrescentou o comando em comunicado.

Para hoje, estão previstas manifestações de protesto contra os ataques norte-americanos e de apoio aos palestinianos na Faixa de Gaza.

Os Huthis começaram a atacar Israel e os navios ligados a este país ao largo das costas do Iémen após o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro de 2023, alegando solidariedade com os palestinianos.

Estes ataques, que também visam navios militares americanos, perturbaram o tráfego no Mar Vermelho, uma zona marítima essencial para o comércio mundial.

Washington lançou uma campanha aérea contra os Huthis em 15 de março para acabar com as ameaças aos navios no Mar Vermelho.

Desde então, os rebeldes lançaram ataques contra navios militares norte-americanos e contra Israel, alegando estar a agir em solidariedade com os palestinianos em Gaza.

Os ataques dos rebeldes tinham cessado com a trégua de 19 de janeiro entre Israel e o grupo armado palestiniano Hamas, mas foram retomados depois de Israel ter reiniciado a ofensiva em Gaza a 18 de março.