No final de uma ação de campanha autárquica com o candidato do partido à Câmara de Águeda, Passos Coelho foi questionado sobre as críticas que lhe foram feitas pelo secretário-geral do PS, António Costa, na segunda-feira à noite em Loures, quando disse que o PSD "perdeu o sentido de Estado" e que este "não é o PSD que os portugueses e as portuguesas conheceram".
"Em matéria de sentido de Estado, o primeiro-ministro devia olhar com mais atenção para os aliados que escolheu para governar. E depois do que aconteceu este verão, quer com Pedrógão quer com Tancos, ver um Governo que praticamente meteu férias e deixou o senhor Presidente da República a tratar de dar a cara pelos problemas sérios que afetaram as pessoas, creio que para sentido de Estado estamos todos conversados", acusou Passos Coelho.
O líder do PSD referia-se aos incêndios que deflagraram em junho em Pedrógão Grande e provocaram pelo menos 64 mortes e ao furto de material de guerra nos paióis nacionais de Tancos.
Passos Coelho classificou como "completamente deslocadas" as críticas de António Costa e chamou a atenção para o que considerou serem as contradições entre o discurso do primeiro-ministro e secretário-geral socialista em várias matérias.
"É preciso perguntar porque é que o PS faz um discurso tão empolgado sobre Europa quando se alia a partidos anti-europeus e anti-euro em Portugal", lamentou, apontando que, também em matéria de segurança e defesa, "o PS vive e alia-se a partidos que são anti-NATO", com preocupações que considerou contrárias às do Estado português.
Num comício autárquico, António Costa disse que, atualmente, os sociais-democratas, perdidos "no discurso do diabo", não "resistiram à tentação de ensaiar uma nova estratégia e fazer de Loures um balão de ensaio" para uma tática "populista que aposte no medo e insegurança para atrair votos".
António Costa, líder do PS e também primeiro-ministro, criticou ainda a "indignidade" do PSD em "explorar dramas" como o sucedido este verão no incêndio de Pedrógão Grande, acrescentando que os sociais-democratas perderam o sentido de Estado e permitem-se agora "fazer uma campanha eleitoral no ataque a instituições fundamentais" do Estado.
"Que PSD é este que põe em causa as Forças Armadas, ao exigir que o Governo intervenha num processo que está no ministério público, como se não houvesse em Portugal separação de poderes?", questionou António Costa, referindo-se ao furto de armas em Tancos.
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