A Capela do Senhor dos Passos irá acolher a exposição que reúne esculturas de Manuel Rosa, conhecido pela sua preferência na utilização do calcário e por integrar a geração de artistas ligados à renovação da escultura em Portugal, nos anos 80 do século passado, numa mostra que resulta da parceria da Câmara de Santo Tirso com a Fundação de Serralves de quem é membro fundador, refere o comunicado da autarquia.
Em declarações à agência Lusa, o responsável pelos serviços de Cultura da autarquia do distrito do Porto, Álvaro Moreira, disse terem sido “escolhidas duas peças sem título que estarão expostas num espaço envolvente ao Museu Internacional de Escultura Contemporânea [MIEC], representando dois barcos, ambos em calcário”.
“Uma delas representa um barco segmentado em vários elementos, enquanto a segunda peça representa outro barco, também segmentado em vários elementos, acompanhado de uma espécie de três pequenos fornos, ambas produzidas em 1987″, acrescentou.
Afirmando tratarem-se de peças de grande dimensão – de seis e quatro metros, respetivamente – a sua conceção “tem a ver com arquétipos, com a arquitetura e a figura humana, com os barcos enquanto rituais de passagem”, razão pela qual se entendeu oportuno “unir esta simbologia ao religioso fazendo a exposição na capela”, disse Álvaro Moreira.
Manuel Rosa, segundo o responsável, tem já “uma ligação ao MIEC depois de, no âmbito de um simpósio em Santo Tirso, ter produzido uma peça que faz parte da coleção permanente de arte pública do museu”.
O escultor é também o autor do “Arco Voltaico”, uma escultura em granito, construída em 1991 e localizada na Praça 25 de Abril, em Santo Tirso, e que “define como que uma rampa de onde o olhar se projeta, sinalizando a perspetiva que rasa o cume a que faz face – o Monte da Assunção – abrindo-se para o céu, como se a sua ambição de espaço fosse ilimitada”, refere o comunicado.
Manuel Rosa é natural de Beja e foi aluno e colaborador de João Cutileiro, tendo terminado o curso na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa.
Nas suas esculturas, explora as características dos materiais que usa, sejam o calcário, o bronze, o vidro ou o metal e as suas obras assumem, muitas vezes, figuras abstratas que se destacam pela sua dimensão simbólica.
O escultor tem também no currículo a criação de projetos de arte pública como a Homenagem a D. João II, em 1998, produzida por ocasião da Expo’98, no Parque das Nações, em Lisboa.
Nos passados meses de junho e julho, a Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, em parceria com a Fundação Carmona e Costa, apresentou a exposição “Clareira”, com curadoria de Manuel Costa Cabral e Nuno Faria, uma retrospetiva percorreu a carreira de Manuel Rosa, desde 1984.
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