Dos 13 detidos na operação policial desencadeada na quarta-feira, apenas quatro permanecem detidos e vão ser presentes a interrogatório judicial na próxima semana, adiantou a PJ.

Segundo aquela polícia, para além dos três detidos que hoje tiveram medidas de coação aplicadas pelo Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), nenhuma das quais privativa de liberdade, foram também libertados seis traficantes, detidos em flagrante delito e que ficaram com termo de identidade e residência.

A PJ adiantou que as medidas de coação determinadas foram “as exatas medidas promovidas pelo Ministério Público”, às quais o juiz de instrução “aderiu na íntegra”.

O TCIC determinou hoje como medidas de coação para três dos arguidos detidos apresentações periódicas na esquadra, proibição de contactar os restantes arguidos e prestação de uma caução de 40 mil euros por um destes arguidos.

Um dos três arguidos com medidas de coação aplicadas pelo tribunal é um guarda prisional, ao qual foi ainda imposta a suspensão de funções, por ordem judicial.

Na quinta-feira, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) já tinha adiantado que 10 dos 11 guardas prisionais constituídos arguidos tinham sido suspensos por decisão dos serviços, tendo-lhes sido instaurado um processo disciplinar.

Segundo fonte próxima do processo, o arguido obrigado a prestar uma caução de 40 mil euros é um engenheiro com ligações ao laboratório clandestino de produção de droga que funcionava num apartamento em Lisboa e que foi desmantelado no decurso da operação policial.

Segundo o despacho judicial de aplicação de medidas de coação, o tribunal teve em conta no caso deste arguido “os proventos obtidos com a sua conduta”.

Sobre estes três arguidos recaem suspeitas de tráfico de substância e métodos proibidos.

O arguido que é guarda prisional é ainda suspeito de um crime de corrupção passiva, outro arguido, motorista de TVDE, está indiciado por detenção de arma proibida.

Segundo fonte próxima do processo, o agente da PSP detido no âmbito desta operação terá sido libertado na quinta-feira.

Treze pessoas foram detidas na quarta-feira no âmbito de uma operação policial em estabelecimentos prisionais de Lisboa, Alcoentre, Sintra e Funchal (Madeira) por suspeitas de facilitarem a entrada de droga nas prisões, informou a PJ.

Em causa estão suspeitas da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, tráfico de estupefacientes, tráfico de substâncias e métodos proibidos, falsificação de documentos e branqueamento, adiantou a Polícia Judiciária (PJ) em comunicado.

A operação visou “um alegado projeto criminoso, praticado, entre outros, por guardas prisionais que facilitam a entrada de substâncias ilícitas nos estabelecimentos prisionais a troco de vantagem patrimonial”, referiu a PJ.

No âmbito da operação “Mercado Negro”, foi dado cumprimento a 32 mandados de busca e apreensão, 14 domiciliárias e 18 não domiciliárias.