O governante francês referiu, numa reunião de alto nível que o próprio convocou em Paris, e na qual Portugal esteve representado pelo primeiro-ministro, António Costa, que foi decidido avançar com “uma economia de guerra” e “criar uma coligação para ataques profundos e, portanto, mísseis e bombas de médio e longo alcance”.
Ainda antes do encontro, o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, avançou que alguns países ocidentais estão a considerar acordos bilaterais para enviar tropas para a Ucrânia.
Macron, por sua vez, não descartou o envio de forças militares para a Ucrânia, embora tenha reconhecido que neste momento não há consenso a esse respeito.
"Não há consenso hoje para enviar tropas terrestres de forma oficial, assumida e endossada. Mas dinamicamente, nada deve ser excluído. Faremos tudo o que for necessário para garantir que a Rússia não possa não vencer esta guerra", explicou o Presidente francês, citando uma “ambiguidade estratégica" que aceita.
"Não disse de todo que a França não era a favor disso”, vincou ainda.
Macron aludiu hoje a “cinco categorias de ação” nas quais as autoridades europeias concordaram em investir recursos: “a ciberdefesa, a coprodução de armas e munições na Ucrânia, a defesa dos países diretamente ameaçados pela Rússia, em particular, a Moldova, e a capacidade de apoiar a Ucrânia na sua fronteira com a Bielorrússia e em operações de desminagem”.
O governante apontou que os aliados de Kiev devem “fazer mais” no que diz respeito ao envio de recursos militares para a Ucrânia.
“Existem várias opções em cima da mesa, como a emissão conjunta de dívida” para a Ucrânia, explicou.
Considerado a “prioridade das prioridades” as munições, Macron garantiu que os aliados estão “determinados a chegar ao fim das reservas disponíveis”.
"De acordo com a nossa análise (...). A Rússia continua a guerra e a sua conquista territorial, contra a Ucrânia, mas contra todos nós em geral (...). Estamos convencidos de que a derrota da Rússia é essencial para a segurança e a estabilidade em Europa", sublinhou.
O primeiro-ministro português assegurou, depois do encontro de alto nível, que “não há nenhum cenário em que essa questão se tenha se tenha colocado”, para o envio de tropas por países da NATO.
António Costa comparou a invasão russa da Ucrânia à ocupação de Timor-Leste pela Indonésia, afirmando esperar que o direito internacional prevaleça em território ucraniano.
Dois dias depois de se terem assinalado os dois anos da invasão russa do território ucraniano e numa altura em que a Ucrânia corre risco de ficar sem liquidez no final de março, o Presidente francês convocou uma reunião de alto nível em Paris para analisar os meios disponíveis para reforçar a cooperação entre os parceiros no apoio à Ucrânia.
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