
Um ataque de mísseis russos realizado hoje de manhã no centro de Sumy, no nordeste da Ucrânia, matou pelo menos 34 pessoas, incluindo duas crianças, e causou 117 feridos, segundo um balanço publicado pelos serviços de emergência ucranianos.
Sumy está localizada perto da fronteira russa e recentemente tem sido alvo de ataques repetidos, especialmente desde que Moscovo repeliu grande parte das tropas ucranianas da região russa de Kursk.
Até agora, a cidade evitou a intensidade dos combates que se desenrolaram mais a sul, na região de Donetsk. Mas Kiev tem vindo a alertar, há semanas, que Moscovo poderia lançar uma ofensiva naquele território.
Este bombardeamento é o mais mortal em meses na Ucrânia, que foi invadida pela Rússia em fevereiro de 2022 e acontece dois dias após a visita de um enviado dos Estados Unidos à Rússia.
As autoridades locais em Sumy publicaram imagens de corpos caídos nas ruas e de pessoas a correr para se abrigar dos mísseis. Também foram divulgadas fotografias de veículos em chamas e civis feridos. A Ucrânia decretou três dias de luto.
Como reagiu Zelensky?
"Precisamos de uma resposta forte do mundo. América, Europa, todos os que querem que esta guerra e estas mortes terminem. A Rússia quer exatamente este tipo de terror e está a arrastar esta guerra", pediu nas redes sociais o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
"Os mísseis inimigos atingiram uma rua normal da cidade, uma vida normal: casas, escolas, carros na rua...E isto num dia em que as pessoas vão à igreja, Domingo de Ramos", descreveu.
Segundo Zelensky, sem pressão sobre a Rússia a paz é impossível. "As conversações nunca pararam os mísseis balísticos e as bombas. Temos de tratar a Rússia como um terrorista merece".
Quais as reações em Portugal?
“O Governo português condena o terrível ataque russo a Sumy, que fez dezenas de vítimas. Apresenta pêsames às famílias e ao povo ucraniano. Insta a Federação Russa a abster-se de todas as hostilidades e a aceitar o cessar-fogo já aceite pela Ucrânia”, declarou o Governo de Portugal numa publicação na conta oficial do Gabinete do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, na rede social X.
Também o primeiro-ministro usou as redes sociais para se manifestar. “Os ataques russos à cidade de Sumy são intoleráveis. Toda a solidariedade para com as vítimas e com o presidente Zelensky. A Rússia continua em violação flagrante do direito internacional. Portugal está ao lado da Ucrânia e do lado do cessar-fogo proposto pelos EUA”, escreveu Luís Montenegro.
Por sua vez, o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, considerou que “um ataque desta natureza, especialmente numa altura em que se tenta encontrar uma solução negocial para um cessar-fogo, deve ser condenado”.
“O ataque russo no centro da cidade de Sumy, que causou mais de 30 vítimas mortais e inúmeros feridos, é mais uma expressão da total falta de respeito do agressor russo em relação ao direito humanitário”, criticou.
E no mundo?
“O ataque das forças russas a alvos civis em Soumy ultrapassa os limites da decência. Como antigo oficial militar, sei o que são ataques direcionados e isto é inaceitável”, escreveu o enviado dos Estados Unidos para a Ucrânia, Keith Kellogg, na rede social X, citado pela AFP.
No mesmo sentido, vários líderes e governos europeus manifestaram-se chocados com o ataque com mísseis balísticos que a Rússia lançou esta manhã.
“Toda a gente sabe que só a Rússia queria esta guerra. Hoje, é claro que é a Rússia sozinha que escolhe prossegui-la”, escreveu o Presidente Francês, Emmanuel Macron, também numa mensagem na rede social X.
Segundo Macron, “são necessárias medidas fortes para impor um cessar-fogo à Rússia”, e “a França está a trabalhar incansavelmente neste sentido, com os seus parceiros”.
Também o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, já se manifestou contra o ataque a Soumy, afirmando estar “chocado com os horríveis ataques”.
“Estou chocado com os horríveis ataques da Rússia contra civis em Sumy e os meus pensamentos estão com as vítimas e os seus entes queridos”, escreveu o líder trabalhista, igualmente na rede social X, citado pela AFP.
Segundo escreveu Starmer, “este último ataque assassino é uma recordação brutal do banho de sangue perpetrado por Putin”, que apelou mais uma vez à Rússia para que aceite um cessar-fogo “total e imediato”.
*Com Lusa
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