“A elevação do nível de alerta é apenas para aumentar o grau de colaboração entre os serviços em Macau”, declarou Lei Chin Ion, em conferência de imprensa.
O mesmo responsável sublinhou não ter sido registada qualquer ocorrência em Macau, mas a situação em Wuhan representa um “risco médio”, tal como definido na legislação em vigor na região administrativa especial chinesa.
A legislação de Macau define cinco níveis de alerta, sendo o primeiro “especialmente grave” e o quinto “normal”. O nível de alerta três é um grau de risco médio que exige um acompanhamento mais apertado.
Assim, foi ativado, na sequência de uma reunião, esta manhã, com a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, o mecanismo de operação interdepartamental, para permitir o reforço das ações de prevenção e coordenação entre vários serviços públicos, como os de Saúde, de Educação, de Turismo, Instituto Ação Social, Instituto de Assuntos Municipais, polícia, bombeiros e alfândegas, entre outros.
Até agora, as autoridades sanitárias de Macau registaram cinco casos de passageiros provenientes de Wuhan com febre. Dos cinco, quatro eram residentes e já tiveram alta. Um quinto, uma turista, de 44 anos, proveniente de Wuhan, ficou internado, em isolamento, por precaução, embora não apresente sintomas de pneumonia viral.
Na quinta-feira, os Serviços de Saúde de Macau tinham reforçado o controlo de temperatura a todos os passageiros das duas ligações aéreas diárias entre o território e Wuhan.
O chefe do Centro de Prevenção e Controlo da Doença, Lam Chong, acrescentou que casos registados em Hong Kong estejam relacionados com a pneumonia viral em Wuhan. Também Zhuhai, adjacente a Macau, não registou qualquer “caso de origem desconhecida”.
Na última sexta-feira, o número de pessoas infetadas com pneumonia viral na cidade chinesa de Wuhan subiu de 27, registados a 31 de dezembro, para 44, anunciaram as autoridades chinesas.
De acordo com um comunicado da Comissão Municipal de Saúde de Wuhan, 11 pessoas encontram-se em estado grave. Todos os doentes foram colocados sob quarentena e as autoridades seguem de perto 121 pessoas que estiveram em contacto próximo com os afetados.
Todas as análises deram negativo para gripe, gripe aviária, infeções por adenovírus “e outras doenças respiratórias comuns”, não se confirmando também o contágio entre pessoas, indicou o mesmo comunicado. As autoridades chinesas continuam a procurar identificar o agente da doença.
As primeiras investigações apontaram para uma relação com o mercado grossista da cidade, capital da província de Hubei, onde residem 11 milhões de pessoas.
No final de 2002, a China esteve na origem de um surto mundial da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que resultou em mais de oito mil casos, incluindo no Canadá e nos Estados Unidos. Em meados de 2003, registaram-se mais de 800 mortos.
Há 16 anos, desde 2004, que não há registo de novos casos, sendo considerado que a doença, mas não o vírus, foi erradicada.
A SARS é transmitida de pessoa para pessoa através de contactos próximos ou através de gotas transportadas pelo ar e que foram expelidas por uma pessoa infetada.
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