Trump e relações com EUA
O início do primeiro mandato de Von der Leyen como presidente da Comissão, em 2019, foi marcado pela pandemia e pela urgência de coordenar uma resposta em bloco.
Agora, as preocupações estão focadas no regresso de Donald Trump à Casa Branca. Von der Leyen e a sua equipa terão que definir e implementar rapidamente planos para o comércio e defesa para proteger o bloco.
Trump já antecipou sinais de que pretende reequilibrar o déficit comercial do seu país através de tarifas e de uma postura potencialmente menos comprometida com a segurança europeia.
O estado da economia
Von der Leyen já anunciou que uma das prioridades do seu novo mandato será renovar as perspetivas económicas da UE, evitando o que Mario Draghi, ex-primeiro-ministro italiano, descreveu como a "lenta agonia" do declínio.
A UE não consegue acompanhar o ritmo dos Estados Unidos e enfrenta a crescente concorrência da China, num cenário que inclui baixa produtividade, crescimento lento, custos elevados da energia e investimentos frágeis.
A agenda inclui pontos sensíveis, como a redução da burocracia, a criação de uma união de poupança e investimentos para ajudar o acesso das empresas à capital que possam investir em inovação e para estimular o setor de inteligência artificial.
A sempre difícil questão agrícola
Os agricultores europeus estão mobilizados há quase um ano, sobrecarregados pelas exigências das metas ambientais da UE e, mais recentemente, em pé de guerra contra a assinatura de um acordo comercial com o Mercosul.
A UE almeja finalizar o pacto com Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai durante uma reunião de cúpula em Montevidéu em dezembro.
Mas França procura desesperadamente aliados para inviabilizar os planos para a assinatura do acordo.
Von der Leyen também prometeu apresentar uma "visão para a agricultura e a alimentação" que garanta "a competitividade e a sustentabilidade" do setor agrícola.
Defesa
Fortalecer a defesa da Europa é uma prioridade desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022, mas a reeleição de Trump acrescentou urgência ao tema.
"Precisamos gastar mais (em defesa), gastar melhor, gastar juntos", disse Von der Leyen ao apresentar os seus planos para um segundo mandato. Calcula que o bloco precisará de investir 500 mil milhões de euros durante a próxima década.
Pela primeira vez, a UE terá um comissário de Defesa, Andrius Kubilius, da Lituânia, responsável por liderar a iniciativa.
Mas os planos para introduzir um plano de endividamento conjunto, similar ao adotado para enfrentar a pandemia, provocam resistência.
Imigração
As passagens irregulares nas fronteiras detectadas na União Europeia caíram 43% este ano, depois de terem alcançado o nível recorde em quase 10 anos em 2023.
A imigração, no entanto, tem destaque na agenda política após os avanços da extrema direita em vários países.
Em outubro, os líderes da UE pediram uma nova legislação com caráter de urgência para aumentar e acelerar os retornos dos migrantes e que a Comissão examine "novas formas" para enfrentar imigração irregular.
Comentários