Nas campanhas eleitorais, por mais dúvidas que haja sobre o resultado final, há sempre uma certeza: a caravana do BE estaciona à segunda-feira na Feira de Espinho, distrito de Aveiro.
Hoje não foi diferente e, entre emoções fortes, a líder do BE falou com quem a apoia, com quem encontra sempre nesta feira, com quem vota nela e até com quem a ama – “eu amo-a, eu amo-a muito”, ouviu-se de uma mulher -, mas também foi confrontada por quem estava “muito zangada” com a “menina Catarina” pela crise política em que o país mergulhou com o chumbo do orçamento.
“Trouxe-nos para estas eleições sem necessidade nenhuma. Foram vocês que não aprovaram o orçamento do estado. Podiam aprová-lo na generalidade e depois discutia-se na especialidade”, atirou uma mulher, com a concordância da líder do BE de que o país não devia ter vindo para eleições.
A mulher continuou e avisou que quem vai ganhar é a abstenção e “quem vai subir é aquele traste do André Ventura”, que diz não poder ver “nem pintado”.
“Então vamos votar e não deixamos que isso aconteça”, pediu-lhe Catarina Martins, que na resposta ouviu que não terá o voto daquela mulher zangada.
“Vote em quem quiser, mas vote à esquerda”, disse-lhe a líder do BE no fim desta conversa.
Pelos corredores apertados e entre a confusão de câmaras e jornalistas, Catarina — que nesta feira perde sempre o apelido — recebeu muitas formulações de “boa sorte” e “viva as mulheres”.
“É pequenina, mas é uma grande mulher. O meu voto você tem, de certeza”, ouviu, numa banca de uma já conhecida feirante, que se despediu da comitiva com um sonoro “Catarina, Catarina, Catarina”.
“Um beijinho minha querida” e “tudo de bom meu amor” e “olha a mulher rija, ou ainda “força camarada, força”, foram algumas das palavras de apoio que ouviu.
À entrada, e de novo como noutras vezes ali em Espinho, estavam os lesados do BES/Novo Banco a pedir que o BE se lembre destas pessoas no parlamento – “não tem outro partido que tenha feito tanto pelos lesados desde o início”, respondeu-lhe Mariana Mortágua.
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