“É absolutamente crucial que todos os operacionais das forças e serviços de segurança conheçam melhor este fenómeno e partilhem não apenas informação, mas também conhecimentos, perspetivas e experiências”, afirmou Constança Urbano de Sousa na abertura do “Curso comum e partilhado sobre prevenção e combate ao terrorismo e à radicalização”.
À margem da sessão de abertura do curso, no qual participam forças e serviços de segurança e serviços de informação, a ministra explicou que “os formadores são oriundos das forças e serviços de segurança”, desde os serviços de informações, à GNR e à PSP.
“Vão formar outras pessoas para estarem cientes e detetarem sinais de radicalização, que é particularmente importante, por exemplo, nos serviços prisionais”, disse.
Constança Urbano de Sousa adiantou que muitas vezes há “fenómenos de radicalização” em ambiente prisional, mas também “na rua junto das comunidades”.
“Aquilo que se pretende é dentro de cada força e serviço de segurança formar operacionais que, por sua vez, vão formar outros operacionais, em cascata” para que o operacional que está no terreno (da GNR, da PSP, do SEF, guarda prisional) “possa detetar sinais, partilhar informações e estar mais atento a todos os aspetos de uma ameaça, que é sempre muito difusa”, explicou.
Ressalvando que a formação já existe nas forças de segurança, a ministra adiantou que “a novidade” deste curso é ter “uma abordagem muito holística e partilhada” por todas as forças e serviços de segurança.
“Este curso é particularmente inovador” porque tem o envolvimento da autoridade tributária e dos serviços prisionais, sendo o objetivo “juntar todas a forças e serviços de segurança para que possam ter uma espécie de matriz comum de formação dos seus operacionais”.
Sobre o nível de alerta em Portugal, Constança Urbano de Sousa disse que se mantém moderado, mas salientou que é preciso estar “permanentemente alerta no sentido de prevenir”, uma vez que os “'modus operandis' mudaram ao longo dos tempos, desde ataques mais organizados e sofisticados a outros menos sofisticados e menos organizados, como os “lobos solitários”.
Todos esses ‘modus operandis’ têm de ser “permanentemente acompanhados pelas forças e serviços de segurança”, que têm de atualizar permanentemente “os seus conhecimentos” e “adaptar as respetivas estratégias”.
“A ameaça terrorista é uma ameaça global que afeta todos os estados do mundo sem exceção”, não existindo “risco zero em relação a nenhum país do mundo neste memento”.
Questionada à margem do evento sobre quem vai substituir no cargo o comandante operacional nacional da Proteção Civil, Rui Esteves, que apresentou a demissão, que foi aceite pelo Governo, a ministra disse apenas que as funções estão a ser assumidas interinamente pelo segundo comandante.
A ministra escusou-se ainda a comentar a notícia avançada hoje pelo Diário de Notícias, segundo a qual A SIRESP, operadora da Rede Nacional de Emergência e Segurança, tem pendentes quatro processos contra o Estado, devido a atrasos na disponibilização de locais para instalação de estações base, afirmando que “são questões que estão em tribunal”.
Na sessão de abertura do curso estiveram também presentes a ministra da justiça, Francisca Van Dunem, e a secretária Geral do Sistema de Segurança Interna, Helena Fazenda.
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