Em conferência de imprensa em Lisboa, depois da reunião do secretariado nacional da Fenprof e de uma reunião na quinta-feira com o Ministério da Educação, Mário Nogueira admitiu que, não havendo "nenhuma alteração na posição do Governo", quer antes da manifestação agendada para dia 19 de maio, quer imediatamente depois da manifestação, os professores vão “decidir o que fazer ainda este ano letivo”.
“Vamos ouvir os professores em plenários, reuniões e trabalhando nas escolas. Se não houver respostas [do Governo], as greves podem ser feitas mesmo quando não há aulas. Há avaliações e exames, por exemplo. No caso dos exames o colégio arbitral é que decide quais os serviços mínimos e se os há”, afirmou o secretário-geral da Fenprof.
Mário Nogueira reafirmou a necessidade de “resolver problemas” durante este ano letivo, uma vez que termina em agosto.
“O nosso ano é diferente do ano civil. Assumimos o ano 2017/2018 como ano de resolver problemas. O que ficar adiado para ser decidido a partir de setembro já só será decidido na legislatura seguinte, com o próximo Governo”, disse.
O líder da Fenprof acusou também o ministro da Educação de ter “desaparecido”, depois de no início da legislatura ter assumido o compromisso de “reunir trimestralmente com os sindicatos” para debater os problemas do setor.
“Desde o início de setembro que o ministro da Educação não aparece. Diariamente daqui [sede da Fenprof] segue um lembrete ao ministro a recordar que um trimestre tem menos de oito meses”, ironizou Mário Nogueira.
Os sindicatos dos professores convocaram uma marcha nacional para dia 19 de maio em Lisboa que, segundo o líder da Fenprof, “vai ser uma grande manifestação”.
“Ainda faltam duas semanas e já há distritos com muitos autocarros preenchidos. Já não existem 150 mil professores, por isso não teremos 100 mil, mas em proporção vai ser uma grande manifestação”, disse.
A Fenprof apresentou, ainda, uma “calorosa saudação a todos os trabalhadores não docentes”, que hoje cumprem um dia de greve, considerando-a “uma importante ação de luta em defesa da escola pública e dos seus trabalhadores”.
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