O projeto “Saúde.come”, que tem como um dos objetivos caraterizar os estilos de vida população portuguesa, analisou mais de 10.600 portugueses representativos da população, entre os quais mais de 2.300 pessoas com mais de 65 anos.
“A população idosa apresenta vários comportamentos que revelam um estilo de vida menos saudável. Tendencialmente é a população mais sedentária e revela maus hábitos alimentares, tabágicos e de consumo de álcool”, sintetiza Helena Canhão, investigadora principal do “Saúde.com”.
A partir das entrevistas feitas à população com mais de 65 anos, os investigadores concluíram que os últimos cinco a seis anos de vida dos portugueses são cumpridos com má qualidade ao nível da saúde.
São mais de 66% os idosos portugueses que são sedentários, um número que Helena Canhão considera “muito elevado”.
O projeto realizou ainda uma comparação com a população norueguesa. Apesar de Portugal ter mais sol, os idosos da Noruega praticam “muito mais atividade física” do que os portugueses.
Em relação ao uso da tecnologia, 80% dos idosos portugueses não utilizam computador, mas são 60% os que veem mais de três horas de televisão por dia.
Helena Canhão refere que a televisão se mostra, nesta população, como um meio importante para transmitir conhecimentos e até para encorajar à atividade física.
Outro dado que os investigadores consideram relevante é o facto de mais de 77% dos idosos portugueses terem apenas até quatro anos de escolaridade.
O retrato mais detalhado da população com mais de 65 anos vai ser apresentado em Lisboa na quinta-feira, numa sessão que contará com a presença do reitor da Universidade Nova de Lisboa.
Vai ser ainda apresentado um manual que pretende ser prático, com um programa de três meses para promover estilos de vida saudáveis entre os mais velhos.
O livro “Viver com Saúde depois dos 60 anos”, que terá distribuição gratuita, pretende ajudar “de forma económica e sustentável” a alcançar uma vida mais saudável.
Terá conselhos e exemplos sobre exercício físico, receitas de cozinha, exercícios de memória, estímulo aos sentidos e outras informações sobre sexualidade, segurança ou sono.
O projeto "Saúde.come" é financiado pelo Programa Iniciativas de Saúde Pública, EEA-Grants, que resulta do memorando de entendimento celebrado entre o Estado Português e os países doadores (Islândia, Liechtenstein e Noruega) do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu.
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