Lasseter, de 60 anos, pediu desculpas a "todos os que tenham recebido um abraço indesejado, ou sido alvo de qualquer outro gesto que ultrapassou os limites de alguma forma".
O anúncio da licença surgiu depois uma reportagem do Hollywood Reporter que revelou acusações de assédio por parte de Lasseter.
O caso do diretor criativo da Disney é o mais recente de uma série de denúncias de assédio sexual por parte de figuras poderosas da indústria do entretenimento, incluindo o produtor Harvey Weinstein e o ator Kevin Spacey.
Conhecido por transformar a Pixar de um pequeno departamento gráfico da Lucasfilm no estúdio de animação mais bem-sucedido do mundo, Lasseter foi o diretor pioneiro de "Toy Story" e "Toy Story 2".
O cineasta vencedor do Óscar e executivo sénior admitiu que havia "falhado" em garantir uma cultura de "confiança e respeito" nos seus estúdios de animação.
"Eu tive recentemente uma série de conversas difíceis que foram muito dolorosas para mim. Nunca é fácil enfrentar erros, mas é a única maneira de aprender com eles", disse. "Como resultado, tenho pensado muito no líder que sou hoje em comparação com o mentor, defensor e campeão que quero ser. Chamaram-me à minha atenção para o fato de que fiz alguns de vocês sentirem-se desrespeitados, ou desconfortáveis", afirmou em comunicado reencaminhado para a AFP.
Lasseter reconheceu que os seus funcionários tinham o direito de estabelecer os seus próprios limites e isso deveria ser respeitado, "independentemente do quão benigna seja minha intenção".
O diretor criativo tirou um período sabático de seis meses para "refletir sobre como avançar" e "começar a cuidar melhor" de si mesmo.
"Estamos empenhados em manter um ambiente em que todos os funcionários sejam respeitados e capacitados para fazer o seu melhor trabalho", disse um porta-voz da Disney, em comunicado, à AFP.
"Agradecemos pela franqueza de John e pelo pedido de desculpa sincero, e apoiamos totalmente o seu período sabático", acrescentou a Disney.
'Padrão de má conduta'
Citando múltiplas fontes não identificadas, a revista de entretenimento americana Hollywood Reporter descreveu um "padrão de suposta má conduta de Lasseter, detalhado por fontes internas da Disney/Pixar". Alguns dos casos envolveram a atriz Rashida Jones.
O relato da revista - não confirmado pela Disney, ou por Lasseter - menciona um empregado de longa data da Pixar, que alega que Lasseter era conhecido por "agarrar, beijar e fazer comentários sobre atributos físicos".
O artigo refere que Lasseter fez "avanços indesejados" a Jones, levando-a a deixar a produção de "Toy Story 4", em que era argumentista, embora uma fonte do estúdio tenha dito ao jornal que a saída se deveu a "diferenças criativas".
Diferentes fontes foram citadas no artigo, onde se afirmava que Lasseter bebia muito em eventos sociais da empresa e que algumas mulheres da Pixar tinham de virar o rosto rapidamente ao encontrá-lo para evitar os seus beijos.
A reportagem também cita uma outra fonte que diz que as funcionárias procuravam evitar que Lasseter colocasse as mãos nas suas coxas.
Há ainda quem tenha relatado ao jornal "encontros estranhos" com Lasseter, que gostava de abraçar nas reuniões.
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