O Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) apelou à sensibilização da comunidade através de "campanhas claras" de prevenção da covid-19 em vez de se insistir na acusação a determinados grupos etários, nomeadamente os jovens.
No final da nona reunião entre partidos e epidemiologistas, no Infarmed, em Lisboa, a deputada do PEV Mariana Silva disse ser necessária uma "mensagem de prevenção" em todo o país, para que as pessoas possam saber que comportamentos adotar em situações de socialização, essenciais para a saúde mental de todos e recusou acusações específicas.
"Não podemos acuar os jovens ou qualquer classe ou grupo etário desta questão que é a propagação do vírus mas sim fazer campanhas dedicadas e claras de como podemos voltar ao nosso dia a dia e à normalidade", vincou a dirigente.
Mariana Silva lembrou que "o vírus não passou" e por isso é necessário manter os comportamentos de prevenção e contenção.
O partido mostrou particular preocupação com a propagação do vírus em situações de coabitação, em lares ou em locais onde alguns trabalhadores podem permanecer temporariamente em serviço, salientando ainda que as regras de higiene e segurança nem sempre são cumpridas em ambiente laboral.
André Ventura, do Chega, salientou que quanto à região de Lisboa e Vale do Tejo subsistem ainda "grandes dúvidas" e uma "grande confusão" sobre as causas do aumento de novos casos, admitindo que "ninguém pode dizer que até os próprios especialistas compreendem com total plenitude o que se passa".
O líder do Chega defendeu igualmente uma forte política de testagem, admitindo que os testes irão identificar mais casos mas argumentando que "os portugueses merecem saber a verdade".
Por último, Ventura alertou para o risco de uma "má imagem exterior" da cidade de Lisboa, apelando ao governo para que defenda a cidade e o país internacionalmente passando uma mensagem de segurança e confiança.
A titulo de exemplo, Ventura destacou que a Grécia foi um dos países que barrou a entrada de viajantes oriundos de aeroportos portugueses "mas é um país que testa muito menos" e que "lá fora tem que se dizer isso".
Em representação da Iniciativa Liberal, a dirigente do partido Carla Castro, caracterizou a reunião como "quase frustrante" alegando que esta não foi ao encontro das principais preocupações do partido e da sociedade e demonstrou a "fragilidade do processo de tomada de decisão que as autoridades estão a ter".
O partido, que é representado no parlamento pelo deputado João Cotrim de Figueiredo defendeu "rapidez e eficiência" no isolamento local de casos e recusou, à semelhança do PEV, qualquer responsabilização específica associada aos jovens.
"Já é por demais sabido que apelamos à responsabilidade de todos mas não obstante, a perceção de irresponsabilidade e dos jovens como bode expiatório é algo que nós rejeitamos totalmente. Até porque os políticos não estão a dar o exemplo", acusou Carla Castro.
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