Richard Strauss que compôs mais de 200 canções, completou este curto ciclo em 1948, já com 84 anos, e não chegou a assistir à sua estreia. Nascido em Munique, em 1864, Richard Strauss morreu em setembro do ano seguinte, em Garmisch-Partenkirchen, também na Alemanha.
Três das canções têm poemas de Hermann Hesse (1877-1962), vencedor do Prémio Nobel em 1946, e uma outra de Joseph Von Eichendorff (1788-1857).
Além da “Quatro Últimas Canções”, o programa do concerto, no grande auditório do CCB, completa-se com o poema sinfónico “Macbeth”, que o compositor alemão escreveu em 1880, e a Sinfonia N.º 8, de Antonín Dvorák.
“Interpretar as Quatro Últimas Canções que Strauss escreveu e não chegou a ouvir a estreia, é para mim, neste momento maduro da vida, além de um privilégio, uma oportunidade de refletir sobre a infância e a beleza da inocência”, disse a soprano à agência Lusa.
Elisabete Matos iniciou os seus estudos musicais no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, em Braga, tendo-se estreado aos 18 anos, no Coliseu do Porto, no papel de “Frasquita”, na ópera “Cármen”, de Bizet.
A cantora, natural das Caldas das Taipas, no concelho de Guimarães, começou a destacar-se depois de se ter classificado em 2.º lugar no Concurso Internacional de Canto Hans Gabor Belvedere, em Villach, na Áustria, em 1995, e iniciou a sua carreira internacional em 1997, após ter atuado na Ópera de Hamburgo, na Alemanha, em “Don Giovanni”, de Mozart, no papel de Dona Elvira, e em “Falstaff”, de Verdi, no de “Alice Ford”.
Em 2010, Elisabete Matos estreou-se no Metropolitan, em Nova Iorque, protagonizando a ópera “La Faniculla del West”, de Puccini
Desde 2012, Elisabete Matos é professora convidada da Escola Siperior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
Em 2013, aquela que é apontada como a mais internacional soprano portuguesa, celebrou o 25.º aniversário da sua carreira artística com um recital no Teatro Nacional de S. Carlos, em Lisboa e a edição de uma fotobiografia, tendo sido distinguida pelo Governo português com a Medalha de Mérito Cultural.
O maestro Kristjan Järvi, de 46 anos, dirige, no domingo, pela primeira vez, a OML.
Natural de Tallín, emigrou, ainda criança, com a família, para os Estados Unidos, tendo vivido em Nova Iorque, mas em 2015 regressou à capital da Estónia. Kristjan Järvi é o filho mais novo do maestro Neeme Järvi, irmão de Paavo Järvi, titular da Sinfónica da NHK, e da flautista Maarika Järvi.
A imprensa especializada afirma que Kristjan Järvi construiu a sua reputação como “um dos programadores mais perspicazes e inovadores do panorama da música clássica”.
Segundo nota da OML, Kristjan Järvi “desafia a ortodoxia musical, sempre buscando novas ideias e conceitos no trabalho que desenvolve regularmente com três agrupamentos musicais”: o nova-iorquino clássico-hip-hop-jazz Absolute Ensemble, que fundou com Gene Pritsker, a Orquestra Filarmónica do Mar Báltico, que dirige e da qual é diretor artístico, e o ensemble Nordic Pulse, no âmbito da atividade da sua produtora Sunbeam Production.
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