
Depois das eleições de 18 de maio, o Parlamento português tem uma nova maioria (não absoluta), uma reconfiguração da oposição (com Chega a poder ter inclusive mais deputados que o PS) e até um partido novo com assento parlamentar (JPP).
Essas mudanças têm impacto no xadrez político, desde uma eventual revisão constitucional até a quem pode protagonizar iniciativas que façam cair ou condicionem o governo.
Estas são cinco mudanças que resultam dos resultados eleitorais:
1) Revisão constitucional à direita
A direita unida (156 deputados sem contar com emigração) já tem mais dos dois terços (154) necessários para fazer uma revisão constitucional sem a esquerda.
2) "Não é não" ou é talvez?
A AD ganhou as eleições e teve mais cerca de 141 mil votos, mas sem maioria absoluta o "não é não" da AD ao Chega fica mais difícil para governar
3) PS pode viabilizar, mas não pode chumbar
O PS perdeu 365 mil votos e, sozinho, pode viabilizar o governo, mas perdeu qualquer hipótese de o chumbar.
4) BE não pode apresentar moção de rejeição
Com apenas uma deputada, o BE não forma grupo parlamentar e não pode apresentar moção de rejeição ao Governo (ao contrário do PCP e do Livre).
5) Ainda pode haver CPI
Pode continuar a haver uma CPI à Spinumviva: o Chega tem deputados suficientes e o PS também, uma vez que são necessários apenas um quinto dos deputados do parlamento (46).
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