A moção de censura do CDS “pelas falhas do Governo nos incêndios trágicos” do verão foi “chumbada” pelas bancadas da esquerda que apoiam o executivo que, mais do que elogios, deixaram uma série de avisos.
A moção estava chumbada antes mesmo de ser discutida, mas nem por isso a Direita moderou o tom, deixando duras críticas à atuação do Governo e do primeiro-ministro aos incêndios.
O ministro da Agricultura caracterizou hoje a moção de censura ao Governo apresentada pelo CDS-PP como um "estratagema" destinado a disputar a liderança da direita ao PSD, num discurso em que atacou a ação da ex-ministra Assunção Cristas.
O líder parlamentar socialista caracterizou hoje como "impropriedade cívica" a moção de censura do CDS-PP após os trágicos incêndios da semana passada, contrapondo que os democratas-cristãos tiveram responsabilidades governativas e deveriam antes ter apresentado propostas construtivas.
O porta-voz do CDS, João Almeida, lançou hoje farpas aos partidos que apoiam o Governo no parlamento, nomeadamente aqueles que estão à esquerda do PS, definindo-os como "oportunistas" que o país "conhece bem".
O anterior líder parlamentar do PSD afirmou hoje que o Governo “merece censura” pelo “falhanço” na resposta aos incêndios, e recordou que António Costa, enquanto líder parlamentar na oposição, considerava a moção de confiança uma forma de clarificação.
O CDS-PP defendeu hoje a reativação do corpo de guardas florestais, a criação de uma unidade especial militar de proteção civil, um corpo de bombeiros nacional e incentivos à plantação de espécies florestais com baixa rentabilidade imediata.
O deputado único do PAN assumiu hoje o voto contra a moção de censura do CDS-PP ao Governo socialista devido às tragédias de fogos florestais dada a memória de anteriores governantes como Sócrates, Passos Coelho ou Assunção Cristas.
A deputada do PEV Heloísa Apolónia acusou o CDS-PP de querer "absolver-se a si próprio" das responsabilidades pelas políticas que assumiu na floresta durante o anterior Governo e exigiu ao primeiro-ministro "soluções estruturais".
O primeiro-ministro, António Costa, assegurou hoje que nenhuma medida de reposição de rendimento, investimento ou de alívio fiscal prevista no Orçamento do Estado para 2018 será sacrificada por causa da resposta aos incêndios.
O líder parlamentar democrata-cristão questionou hoje o primeiro-ministro, no debate sobre a moção de censura ao Governo dos centristas pelas tragédias dos incêndios, onde esteve o executivo e o PS "nos últimos quatro meses" ou "dois anos".
O BE demarcou-se hoje da moção de censura “obscena” do CDS-PP, em debate no parlamento, e questionou o primeiro-ministro sobre as medidas do Governo de prevenção e combate aos incêndios.
O primeiro-ministro, António Costa, assegurou hoje que o Governo terá a "flexibilidade necessária" para introduzir alterações no Orçamento do Estado de 2018 (OE2018) de modo a garantir um reforço das ações contra incêndios.
O PS acusou o CDS-PP de “oportunismo político” pela moção de censura que hoje apresentou ao Governo, desafiando Assunção Cristas a assumir as suas responsabilidades pelos anos em que tutelou as áreas da agricultura e do ambiente.
Os partidos vão fazer 15 perguntas ao primeiro-ministro, António Costa, durante a primeira fase do debate da moção de censura ao Governo por causa das falhas no combate aos incêndios do verão, que fizeram mais de 100 mortos.
O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, acusou hoje o primeiro-ministro de “incompetência, soberba e insensibilidade” na resposta aos incêndios dos últimos meses que causaram mais de cem mortos e de falhar “nas horas difíceis”.
O primeiro-ministro defendeu hoje que uma reforma profunda da floresta, da prevenção e combate aos incêndios tem de ser fundada na "cooperação institucional" e na ciência, reunindo um "imprescindível" consenso político.
A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, responsabilizou hoje o primeiro-ministro, António Costa, pelas falhas do Governo nos incêndios, que mostraram apenas "um político habilidoso" quando o país quando precisava de "um estadista".
O primeiro-ministro afirmou hoje que o Governo assume-se como "primeiro responsável" depois da tragédia dos incêndios, mas salientou que a assunção de responsabilidades não pode ser "mero ritual de expiação" institucional, mas um "ato de compromisso".
A moção de censura ao Governo apresentada pelo CDS-PP foi hoje rejeitada na Assembleia da República com os votos contra do PS, BE, PCP, PEV e PAN e a favor dos centristas e do PSD.
A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, disse hoje que tem recebido manifestações de apoio relativas à moção de censura que o partido apresentou ao Governo e lembrou que foi "uma decisão tomada por unanimidade na Comissão Executiva da CDS".