O secretário-geral das ONU, António Guterres, manifestou hoje ao Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, disponibilidade para ajudar o seu Governo a "promover reformas democráticas".
A investigadora da Human Rights Watch (HRW) que elaborou o relatório sobre a Guiné Equatorial, hoje divulgado, considerou à Lusa que a situação no mais recente país da CPLP é "mais chocante do que aquilo que os críticos descrevem".
A Guiné Equatorial tornou-se hoje o 14º país a entrar para a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), concluindo assim com sucesso o processo de adesão, que tinha iniciado há oito anos.
O ativista dos direitos humanos Alfredo Okenve, que estava preso sem uma acusação formal desde 17 de abril na Guiné Equatorial, foi hoje libertado após o pagamento de uma multa de cerca de três mil euros.
A Guiné Equatorial está disposta a abolir "imediatamente" a pena de morte mas só quando encontrado um "modelo adequado" que tenha em conta o contexto de terrorismo no qual se insere, reafirmou à Lusa um vice-primeiro ministro daquele país.
Teodoro Obiang Nguema defendeu que a justiça não deve deter um popular que mate um delinquente no país onde a criminalidade aumenta a par da crise económica, porque isso é legítima defesa, noticiou hoje a AFP.
Um partido da oposição na Guiné Equatorial criticou hoje a decisão do Governo de acolher, no exílio, o antigo Presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, que deixou o país neste fim de semana, depois de 22 anos no poder.
Teodorin Obiang, acusado de ter fraudulentamente conseguido em França um património considerável, deverá começar a ser julgado em Paris na segunda-feira, mas o filho do presidente da Guiné Equatorial quer o adiamento da audiência.
O Presidente português assinalou que atualmente a pena de morte não é aplicada na Guiné Equatorial, mas garantiu que Portugal estará "atento aos passos" dados por este país para alterar o panorama dos direitos humanos antes da próxima cimeira lusófona.
O Presidente português afirmou hoje em Brasília estar, tal como o primeiro-ministro, "muito à vontade" quanto à entrada da Guiné Equatorial na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) porque ambos não participaram na cimeira que aprovou a adesão.
A Guiné Equatorial pediu apoio técnico da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para abolir a pena de morte, o que os restantes Estados-membros da organização registaram "com agrado", segundo a declaração final da cimeira de Brasília.
As nove economias dos países da CPLP valem cerca de três biliões de dólares (2,7 biliões de euros), com Brasil e Guiné Equatorial em recessão, e Moçambique e Angola a sofrerem um forte abrandamento.