O sócio da PWC José Manuel Henriques Bernardo afirma que a recompra de obrigações do GES no verão de 2014, que acarretou prejuízos para o BES e o grupo, foi justificada pelo banco com a necessidade de "não perder clientela".
O ex-presidente da empresa de auditoria KPMG, Sikander Sattar, assumiu hoje no julgamento do processo BES/GES que chegou a acusar diretamente o antigo contabilista Machado da Cruz de fraude nas contas do Grupo Espírito Santo (GES).
Uma das auditoras da KPMG alertou as autoridades em julho de 2014 que a recompra de obrigações pelo Grupo Espírito Santo (GES) poderia estar a gerar mais-valias que ficavam fora da esfera do GES devido à utilização de intermediários.
O testemunho, de 2018, onde o empresário Pedro Queiroz Pereira, que já morreu, dizia que o ex-presidente do BES tinha comprado o atual Presidente da República, foi hoje reproduzido em tribunal.
O ex-presidente do Banco Espírito Santo Investimento (BESI), José Maria Ricciardi, admitiu hoje que o Banco de Portugal (BdP) podia ter evitado o colapso do BES/GES se tivesse ouvido, em 2013, os alertas sobre a governação do grupo.
A defesa de Ricardo Salgado considerou hoje que o ex-presidente do BES "não está em condições de contradizer" as declarações prestadas em 2015 e que não será nenhum curador que resolverá a questão.
Foi recusado, pelo coletivo de juízes, o pedido dos advogados de Ricardo Salgado para impedir a audição do depoimento do principal arguido, gravado em 2015, que estava prevista para esta tarde no julgamento. O pedido baseava-se no argumento de que Ricardo Salgado, por não estar presente, "não poderi
O advogado Tiago Rodrigues Bastos alertou hoje para a "grande pressão" dos media no processo BES/GES e para os efeitos que o estado de saúde do ex-banqueiro Ricardo Salgado poderá ter no julgamento dos restantes arguidos.
O advogado João Costa Andrade, que representa quatro arguidos do departamento financeiro do BES, assegurou que os seus clientes não falsificaram contas no GES nem fizeram pactos corruptivos, reiterando a convicção de que serão absolvidos.
Vítor Bento garante que a atual realidade do setor bancário não tem qualquer comparação com a realidade de há dez anos. Segundo o economista, a "reputação do setor é hoje muito melhor".
Os advogados dos arguidos no processo BES/GES recusaram hoje os crimes imputados pelo Ministério Público (MP), destacando nas críticas à acusação a tese de associação criminosa aplicada a vários antigos quadros do Grupo Espírito Santo (GES).
O advogado de milhares de lesados do BES, Nuno Silva Vieira, avisou hoje o tribunal para a morosidade do processo desde o colapso do Grupo Espírito Santo em 2014, sublinhando que mais de 100 lesados morreram sem recuperar o dinheiro.
O advogado que representa o primeiro lesado a apresentar queixa afirmou que vai defender os direitos patrimoniais do seu cliente, mas não "à custa de valores fundamentais da pessoa humana".
Vários lesados da falência do BES/GES estiveram hoje no Campus de Justiça no primeiro dia de um julgamento, que antecipam que seja demorado, defendendo soluções mais rápidas ao Governo.
A queda do BES em agosto de 2014 chocou o país, abalou a alta finança e as contas públicas, com repercussões internacionais e deu início a uma longa batalha judicial, que só agora começa a julgar o processo principal.
O caso BES chega a julgamento 10 anos após a queda do banco, que aconteceu com estrondo, apesar dos sucessivos escândalos, fez Salgado cair do pedestal de 'princípe da banca' e levou a fortes críticas ao Banco de Portugal.
O julgamento do processo principal do BES inicia-se na terça-feira e ninguém arrisca prever quando termina, pois envolve 18 arguidos, 733 testemunhas, 135 assistentes e mais de 300 crimes.
No requerimento apresentado ao tribunal é citado o relatório mais recente do médico, que afirma que o ex-banqueiro "não apresenta capacidade cognitiva para participar de forma competente em qualquer sessão judicial".
A sala de julgamento do processo, que se inicia dia 15 no Juízo Central Criminal de Lisboa, vai ter 67 lugares para advogados de defesa e dos assistentes, 16 para arguidos e 17 para o público.
O julgamento do processo BES/GES vai começar no próximo dia 15 de outubro, no Campus da Justiça, segundo um despacho da juíza Helena Susano, que agendou ainda uma reunião preparatória com os advogados para 25 de setembro.
Associação de lesados ABESD diz que nos últimos 10 anos não foi tomada nenhuma medida concreta para proteger as vítimas e apela à criação de medidas de compensação material.
Cerca de 300 processos continuam atualmente nos tribunais quer contra o Banco de Portugal quer contra o Fundo de Resolução contestando decisões tomadas no processo da resolução do BES, disse à Lusa fonte oficial do supervisor e regulador bancário.
Lesados do Banco Espírito Santo (BES) assinalaram hoje 10 anos de luta na Avenida dos Aliados (Porto), reivindicando 45 milhões de euros (ME) com faixas e cartazes onde se lê "Queremos Igualdade" ou "10 Anos Chega".