Mais um massacre nos Estados Unidos da América. Mais um que é numa escola. Enquanto por cá nos preocupamos com a má influência que alguns YouTubers poderão ser para as crianças, nos EUA deixam que jovens comprem metralhadoras como quem compra uma cerveja. Minto, cerveja só podem comprar depois de terem 21 anos, já uma espingarda podem adquirir no dia que fazem 18 com o dinheiro que a tia-avó lhes deu para "comprar um docinho e beber um café". Parece-me sensato. É melhor aprenderem a disparar antes de poderem beber, caso contrário correm o risco de comprar a primeira arma na primeira bebedeira, que apanham que é sempre a pior.
Quando andava no 9º ano, também tinha alguns colegas que levavam armas consigo na mochila, porque nas escolas da Damaia e da Buraca, não as ter podia dar direito a falta de material. No entanto, eram pessoas que apenas usavam as armas para efeitos profissionais: para o assalto, como segurança quando se encontravam com outros traficantes locais, e para assegurar a proteção do transporte da sua droga. Era gente de bem, esta que possuía armas.
Felizmente que aquele miúdo gordinho e ostracizado, e que sofria bullying todos os dias, não tinha como conseguir comprar uma arma, caso contrário tinha havido molho. Houve uma vez que ele se passou e tentou matar toda a gente com um corta-unhas, mas a única coisa que conseguiu foi levar um tabefe da professora de educação física que tinha uns bíceps de meter inveja a muito homem.
Nos EUA, só o facto de ir às aulas já devia dar nota máxima na avaliação. É preciso ter-se coragem e muita força de vontade para estudar, arriscando a vida numa possibilidade provável de haver um tiroteio. Só em 2018, foram 18 tiroteios em escolas! São demasiados furos para os alunos conseguirem aprender alguma coisa. Trump já fez o seu discurso - sem uma única vez falar de armas e de novas leis para controlar a sua venda - e voltou a acender o debate na sociedade norte-americana onde muitos dizem que "o que mata são as pessoas e não as armas". Mentira. Nem as pessoas nem as armas matam, quem mata são as balas que, até ver, não têm vontade própria. Até posso concordar com essa afirmação, mas é mais fácil controlar a venda de armas do que a estupidez humana. Basta ver o problema da obesidade nos EUA e perceber que, ainda assim, há mais 50 mil lojas de armas do que há do McDonald’s. Para além de estarem a criar os miúdos gordinhos que vão sofrer bullying, ainda os estão a deixar munir-se de espingardas como quem pede um molho para batatas fritas. Só não vê a relação quem não quer.
Sugestões e dicas de vida completamente imparciais:
Não matem os vossos colegas de escola. A terem mesmo de matar alguém, há gente que merece mais.
O comediante Jim Jeffereis explica a lei do controlo de armas como ninguém.
O Hugo Sousa vai dar um bonito workshop intensivo de stand-up comedy.
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