"A ilha Brava é extremamente importante porque é uma ilha que está muito isolada, que tem problemas de transportes, que é o nosso maior calcanhar de Aquiles em Cabo Verde", afirmou José Maria Neves, questionado pelos jornalistas, na Praia, sobre a visita que realiza de 28 de outubro a 01 de novembro.

A Brava é uma das ilhas mais isoladas de Cabo Verde, não dispõe de aeródromo ou de ligações marítimas regulares, o que tem provocado vários constrangimentos na realização de evacuações médicas para a vizinha ilha do Fogo.

"Tem problemas de segurança, desde logo toda a questão do isolamento provoca um sentimento de insegurança, mas quando as pessoas não podem ser evacuadas ou não são evacuadas nas melhores condições, quando não há possibilidades de prestação de determinados serviços públicos na ilha, cria-se um sentimento de isolamento e de insegurança e o Presidente tem que estar presente para dialogar com as pessoas, ver os desafios e apoiar na construção de soluções e de compromissos quanto ao futuro", afirmou José Maria Neves.

O chefe de Estado afirma que durante a visita à Brava vai "ver os serviços de saúde, os serviços de proteção civil e os serviços portuários", mas também "estar com as comunidades" para conhecer "as principais reivindicações".

"A nossa perspetiva é estar presente em todas as ilhas é ajudar sempre a construir soluções, a unir e a cuidar do país".

A ministra da Defesa de Cabo Verde, Janine Lélis, anunciou este mês a instalação de um destacamento militar e colocação de forma permanente de uma embarcação da Guarda Costeira na ilha Brava para a realização de evacuações médicas.

"Dependerá do desempenho. Em relação a toda a problemática dos transportes e do isolamento das diferentes ilhas, temos que encontrar soluções duráveis e sustentáveis. É fundamental. Duráveis e sustentáveis", reagiu José Maria Neves.

Uma delegação da Guarda Costeira já esteve na ilha Brava, a mais pequena habitada e a mais a sul do arquipélago, para fazer um estudo que suportou a decisão de colocar estes meios.

"Já temos orçamento garantido para o efeito e vamos iniciar a sua implementação brevemente", prometeu Janine Lélis, referindo ainda que a medida tem como objetivo reforçar a fiscalização marítima, realizar mais operações de busca e salvamento e fazer maior controlo e repressão de atividades ilícitas no mar e apoiar a proteção civil.

"A garantia de operacionalidade e prontidão dos meios da Guarda Costeira demonstram ser fundamentais. Assim, será dada uma particular atenção ao planeamento dos ciclos de manutenção dos navios deste ramo", previu a governante.

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