Em declarações à Lusa, Daniel Serra, presidente da organização, disse que "o setor precisa de apoios urgentes e concretos", indicando que, depois dos problemas trazidos pela pandemia, a atual situação económica veio complicar ainda mais a situação.

"A pandemia sobreendividou as empresas que estão agora a reembolsar as prestações desses empréstimos de tesouraria do covid-19", referiu, indicando que a associação tinha "pedido uma moratória destas verbas".

"Estamos com um enorme aperto, com muitos custos de contexto, para podermos segurar ou contratar recursos temos de pagar muito mais e os portugueses não estão disponíveis para poder assumir o valor justo que seria de atualização de preços nos restaurantes", reconheceu.

Assim, os restaurantes "não estão a conseguir repercutir o preço que seria desejável para o aumento de custos a que estamos a assistir".  

"Apesar de um aumento de faturação, que foi realmente interessante este verão, os resultados não são animadores", indicou, destacando que "em termos de resultados líquidos acabam por ser diminutos".

"Chegamos a pedir a redução do IVA da restauração para 6% na componente da comida durante o período pelo menos de um ano para poder fazer face a estes custos de contexto, defendendo que "temos aqui uma nova pandemia, da guerra, que nos está a levar a uma situação difícil", mas tal não aconteceu.

Além disso, a associação apresentou uma proposta, na qual pediu que o Governo isentasse de taxa social única (TSU) o valor, tendo em conta a tabela que está negociada nos contratos coletivos de trabalho, pago acima do que está estipulado e que "esse aumento ficasse isento três ou quatro anos para poder acomodar a dificuldade de retenção de mão de obra mais especializada".

Segundo Daniel Serra, a associação tem esperança de que "o Governo venha a implementar uma proposta que foi apresentada no ano passado, o Reativar Turismo", que diz que não "saiu do papel".

Quanto ao protesto de hoje, no parlamento, o presidente da associação disse que "foi uma ação absolutamente pacífica, para dar um cartão amarelo ao Governo", referindo que o OE2023, "não serve o setor da restauração".

 

ALYN // JNM

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