As ligações onde a paralisação está a ter um maior impacto são as de longo curso e regionais, disse à Lusa a porta-voz da CP, Ana Portela.
Segundo os dados da empresa, os urbanos de Lisboa e do Porto estão numa situação de “quase normalidade”, tendo sido cumpridas 93% e 75% das ligações previstas, respetivamente.
No longo curso, foram realizadas 11% das ligações no “Alfa” até às 12:00 e 20% no “Intercidades”.
Nas ligações regionais, 13% dos comboios previstos foram realizados e nos inter-regionais foram 17%, acrescentou.
No total, foram realizadas durante este período 369 ligações.
Os trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) cumprem hoje um dia de greve, sem que haja serviços mínimos para os comboios de passageiros.
Em declarações à Lusa, José Manuel Oliveira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), disse que no período da noite “praticamente toda a circulação ferroviária foi suprimida” e disse que as indicações que tem indicam que a adesão será idêntica aos valores alcançados na greve do passado dia 12 de março.
“A empresa desta vez organizou piquetes anti greve com quadros intermédios a assegurarem alguns serviços e até se admite que, nalgumas áreas, possa haver mais comboios do que houve no dia 12, mas isso não significa que estejam menos trabalhadores em greve”, afirmou.
Segundo José Manuel Oliveira, os dados que chegam à Fectrans apontam para “grandes perturbações em todas as linhas e em todos os serviços”.
“Na área das Estradas de Portugal, nalguns casos, a adesão pode ser mais elevada do que a da greve de 12 de março, mas aí os efeitos visíveis da greve não são tão claros como na estrutura ferroviária, por causa do impacto na circulação de comboios”, explicou o sindicalista.
A IP queria para hoje serviços mínimos correspondentes a 25% do número de composições habituais de transporte de passageiros, mas o tribunal arbitral entendeu não decretar face à curta duração da greve e por haver transportes alternativos.
Na lista de serviços mínimos estarão apenas, por exemplo, os comboios que se encontrem em marcha à hora do início da greve, os “serviços necessários à movimentação dos ‘comboios socorro’” e “os serviços urgentes relativos ao transporte de mercadorias perigosas e bens perecíveis”.
Entretanto, a Fectrans considerou que o Governo e a administração da Infraestruturas de Portugal (IP) “fugiram” a um acordo, no sábado, aquando da reunião que decorreu no Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, com os representantes do Governo, da IP e sindicatos.
Segundo a Fectrans, após várias propostas e contrapropostas de aumentos, ficou acordada uma valorização salarial de “20 euros durante 11 meses e 25 euros no último mês, sendo este valor a integrar a tabela salarial em janeiro próximo, mas pago durante 14 meses”.
Porém, “ao passar ao papel a discussão que estava efetuada, fomos confrontados com uma proposta de redação pouco clara, nomeadamente, não se assumia sem sombra de dúvidas o valor de 25 euros a transitar para a tabela, não se assegurava a garantia de aplicação do futuro Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) aos trabalhadores com vínculos à função pública, por fim, para compensar os trabalhadores da diferença, propuseram que estes passassem a ter mais uma dispensa, mas com perda e renumeração, o que neste ponto se tornou inaceitável”, garantiu a Fectrans.
A IP é a empresa pública que resultou da fusão entre a Rede Ferroviária Nacional – REFER e a EP - Estradas de Portugal.
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