
“É um momento delicado para os povos do Mediterrâneo e os Jogos devem ser um momento de pausa e reflexão”, disse Andrea Abodi aos jornalistas presentes no seminário “XX Jogos do Mediterrâneo Taranto 2026: um legado de desporto, sustentabilidade e diálogo multicultural”, que decorreu na quinta-feira, na cidade que vai acolher o evento.
Abodi antecipou que “os Jogos serão um momento de diálogo político” e garantiu que está a ser preparado “um calendário de reuniões, antes do começo das provas, com ministros do Desporto, Juventude e Negócios Estrangeiros dos países participantes”, lembrando que “o desporto pode recuperar a função de ferramenta, social e política”.
O ministro confirmou ainda a ambição de alargar o espetro das negociações: “Vou pessoalmente reunir com os países mediterrânicos, mas também com os países adriáticos que ainda não estão na União Europeia, e com os meus colegas africanos da fronteira mediterrânica, como parte da estratégia de cooperação internacional” da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse aos jornalistas, à margem do seminário, promovido pela Aliança das Agências de Notícias do Mediterrâneo (AMAN) e pela agência italiana ANSA.
Recusando a ideia de que o contexto internacional tenha complicado a organização da prova, Abodi confirmou a ajuda do ministro dos Negócios Estrangeiros e da própria chefe do governo italiano no processo, bem como o objetivo extradesportivo do evento.
“A Itália é um país que quer promover o diálogo e as relações internacionais. O desporto pode voltar a desempenhar este papel, que parece ter perdido nos últimos anos, de ser um espaço neutro onde as pessoas se podem reunir e competir sem guerra ou conflitos”, referiu.
A 20.ª edição dos Jogos do Mediterrâneo decorre entre 21 de agosto e 03 de setembro de 2026, em Taranto, no sul de Itália, e deverá juntar cerca de 5.000 atletas, de 26 países, entre os quais Portugal, que competirão em 28 modalidades.
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