No final do jogo das meias-finais da Taça da Liga, em que o Sporting derrotou em Leiria os ‘dragões’ por 2-1, Frederico Varandas surgiu na sala de imprensa do Estádio Dr. Magalhães Pessoa para detalhar o processo dos falsos positivos aos testes à covid-19 realizados pelos dois futebolistas, acusando o diretor clínico do laboratório de falsas declarações.
“Vamos, nós médicos [do Sporting], fazer uma queixa na Ordem dos Médicos do diretor clínico da Unilabs. Com grande perplexidade, infelizmente, eu li que [o diretor clínico] disse que não havia problema nenhum, nem sabia o que se passava, nem sequer tinha sido contactado. Pena: temos um e-mail às 17 horas desse dia, desse senhor. Não admito que nos ponham em causa”, frisou Frederico Varandas.
Para o presidente do Sporting, o responsável clínico do laboratório que realizou os testes PCR a Nuno Mendes e Sporar, que não jogaram para a I Liga frente ao Rio Ave e que hoje foram impedidos jogar pela Direção-Geral da Saúde, colocou em causa a equipa médica dos “leões”.
“Há um pormenor que não tolero, que não admito: podem dizer que o Sporting joga mal, que joga pouco, mas não admito porem em causa a honestidade do corpo clínico dos médicos que trabalham no Sporting Clube de Portugal”, disse.
Varandas lamentou que os dois jogadores fossem impedidos de jogar em condições em que “outros cidadãos portugueses podem voltar a trabalhar”, considerando que o Sporting teve “três vezes azar” num processo onde “existem coisas estranhas”.
Entre esses azares estão os dois falsos positivos nos testes realizados a Nuno Mendes e Sporar, quando “a probabilidade é um em 100” e o Sporting, “numa amostra de 30, teve dois”, bem como a não inscrição pelo laboratório de Nuno Mendes no SINAVE, a plataforma oficial de identificação de casos positivos à covid-19.
“Mais uma coisa esquisita que aconteceu ao Sporting”, ironizou.
Frederico Varandas estranha ainda que o documento exigido pela DGS e solicitado à Unilabs, onde constasse que “em vez de falsos positivos, tivesse escrito que houve um erro”, tenha sido pedido às 13:30 de hoje e, ao final da noite, “ainda não houve resposta”, afastando Sporar e Nuno Mendes do jogo com o FC Porto.
“O Sporting viu-se privado mais uma vez de dois jogadores que não são ‘covid’, que o laboratório assume que são falsos positivos”, lamentou o presidente, frisando não negociar “valores”, “sejam presidentes, sejam colegas, sejam o que for”.
Ao sair, Frederico Varandas, que também é médico, disse que iria agora para a covid-19 real.
“Vou abandonar este patético mundo de covid porque, dentro poucas horas, vou entrar de 24 horas num banco [hospitalar] e tratar doentes covid reais”, finalizou.
No final do jogo, e sem que qualquer justificação fosse dada, nem o treinador do Sporting, Rúben Amorim, nem o do FC Porto, Sérgio Conceição, compareceram na conferência de imprensa prevista.
A ‘final four’ da Taça da Liga prossegue na quarta-feira, com a segunda meia-final, entre o Sporting de Braga e o Benfica, novamente no Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria, a partir das 19:45.
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